Donald Trump parece estar a distanciar-se de Joe Biden nas intenções de voto, quando faltam pouco mais de nove meses para as eleições presidenciais de novembro. Uma nova sondagem, levada a cabo pela Ipsos para a Reuters, revela que a vantagem de Trump sobre o atual Presidente Biden é agora de seis pontos percentuais, quando, há cerca de mês e meio, era de apenas dois pontos.
A sondagem, que inquiriu 1250 pessoas, atribui a Donald Trump 40% das intenções de voto, contra 34% de Joe Biden. Cerca de um quarto do eleitorado não sabe em que quem vai votar ou ainda não decidiu se vai às urnas no dia 5 de novembro. A vantagem de seis pontos de Trump supera a margem de erro da sondagem, que é de 3%, e mantém-se quando à corrida à Casa Branca é adicionado um terceiro candidato: Robert F. Kennedy Jr. Nesse cenário, o advogado e ativista anti-vacinas recolhe 8% dos votos, retirando 4% a cada um dos favoritos (Trump aparece com 36% das intenções de voto e Biden com 30%).
Os resultados mostram um distanciamento de Trump em relação ao atual Presidente norte-americano, se tivermos em conta a sondagem da Ipsos para Reuters de dezembro (em que Biden surgia dois pontos atrás) e também a sondagem, da mesma empresa, divulgada no início de janeiro, em que os candidatos surgiam empatados (35% para cada lado).
A menos de um ano das presidenciais, Trump ganha vantagem sobre Biden
Cerca de 67% dos entrevistados para a sondagem, realizada entre os dias 22 e 24 de janeiro, disseram estar “cansados de ver os mesmos candidatos nas eleições presidenciais e querem alguém novo”. 56% dos inquiridos não gostariam de ver Trump concorrer de novo à presidência dos EUA, enquanto 70% dizem o mesmo em relação a Joe Biden.
No entanto, parece cada vez mais certo que o duelo entre democratas e republicanos se fará, tal como em 2020, entre Joe Biden e Donald Trump. O atual Presidente têm a eleição praticamente garantida nas primárias do Partido Democrata, enquanto que Trump é o claro favorito à nomeação republicana — onde já só tem pela frente a antiga embaixadora dos EUA na ONU Nikki Haley.
Este estudo de opinião divulgado pela agência Reuters avaliou ainda a motivação do voto relacionada com a rejeição ao outro candidato. E, neste parâmetro, 59% dos eleitores de Biden admitem que a principal motivação do voto é a oposição a Trump; do outro lado, apenas 39% dos eleitores de Trump admitem que votam no ex-presidente, sobretudo, por oposição a Biden.
Apesar da vantagem de Trump nas intenções de voto, esse indicador não é determinante para o apuramento do vencedor. Ao contrário das eleições em Portugal, em que o vencedor final é o candidato que soma o maior número absoluto de votos, nos EUA conta a composição final do colégio eleitoral, formado pelos grandes eleitores que cada candidato recolhe em cada estado. Nem sempre o candidato com mais votos é que tem a maioria no colégio eleitoral, que vai depois designar o presidente: em 2016, por exemplo, Hilary Clinton teve mais votos do que Trump mas não foi eleita presidente.