Pelo menos dez polícias foram mortos esta segunda-feira num ataque de dezenas de assaltantes a uma esquadra no noroeste do Paquistão, disse um funcionário da polícia local.
O ataque ocorreu a poucos dias das eleições legislativas e provinciais, previstas para quinta-feira.
A violência tem aumentado neste período que antecede a votação, com dezenas de ataques registados contra candidatos e apoiantes de partidos, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).
“Mais de 30 terroristas lançaram um ataque a partir de três direções. Houve uma troca de tiros durante mais de duas horas e meia”, declarou à AFP o chefe da polícia da província de Khyber Pakhtunkhwa, Akhtar Hayat Gandapur.
O ataque teve como alvo a esquadra de polícia de Chaudhwan, no distrito de Dera Ismail Khan, e, além dos dez mortos, causou quatro feridos.
A mesma fonte indicou que os atacantes tomaram brevemente o controlo da esquadra durante o ataque, que começou por volta da 01h30 (20h30 em Lisboa).
A região fronteiriça de Khyber Pakhtunkhwa é há muito afetada por ataques de militantes islamistas.
Os talibãs paquistaneses do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) e o ramo regional do grupo extremista Estado Islâmico (EI) têm como alvo especial as forças de segurança da região.
Há vários meses que o Paquistão enfrenta uma deterioração da situação de segurança, sobretudo desde o regresso dos talibãs ao poder em Cabul, em agosto de 2021, especialmente nas regiões que fazem fronteira com o Afeganistão.
Como em apenas três meses os talibãs conseguiram entrar em Cabul e derrubar o governo afegão
Islamabad disse acreditar que alguns destes ataques são planeados a partir de solo afegão, onde os atacantes têm bases, o que Cabul nega.
No ano passado, mais de 1.500 civis, membros das forças de segurança e rebeldes foram mortos, o número mais elevado dos últimos seis anos, de acordo com o Centro de Investigação e Estudos de Segurança paquistanês, sediado em Islamabad.
As campanhas eleitorais no Paquistão são geralmente marcadas por episódios de violência. No passado, muitos candidatos e eleitores foram alvo de ataques armados e bombardeamentos perpetrados por insurrectos islamistas.
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