Dani Alves esteve esta quarta-feira em tribunal para o julgamento da alegada violação, ocorrida na passagem de ano de 2022 para 2023, na discoteca Sutton, em Barcelona. O ex-futebolista brasileiro foi acusado de abusar sexualmente de uma jovem espanhola de 23 anos.

A imprensa espanhola avança que o depoimento do brasileiro durou 20 minutos, tempo em que o ex-jogador do FC Barcelona esteve a responder às perguntas da sua advogada de defesa. Alves continuou a negar que houve violação, falando numa relação sexual consentida, que teve lugar na casa de banho da área VIP da discoteca.

“Em nenhum momento me disse nada [sobre parar]. Estávamos a aproveitar, nada mais”, respondeu à advogada sobre se a vítima lhe pediu em algum momento para parar. Alves também negou que tenha esbofeteado e insultado a jovem, dizendo que “não é um homem violento”.

A versão apresentada por Dani Alves é bastante diferente da da vítima. A jovem disse que não tinha noção de para onde estava a ir quando entrou na casa de banho e que foi obrigada a praticar sexo oral a Dani Alves. Quando tentou resistir, terá sido esbofeteada e insultada. Acusou ainda o internacional brasileiro de a ter penetrado contra a sua vontade e com violência.

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O ex-futebolista negou essa versão e disse ainda que foi a vítima a iniciar o contacto. Dani Alves estava na zona VIP acompanhado por um amigo, identificado como Bruno, enquanto estava de férias em Barcelona, após a passagem pelo Mundial. A jovem chegou a essa área da discoteca a convite de um funcionário da discoteca, acompanhada por uma prima e algumas amigas. Se na versão da vítima foi relatado o “incómodo” da jovem com o avanço de Dani Alves, ainda na pista de dança, o brasileiro negou a versão. “Não estavam nada incomodadas”, declarou, relatando que “começou a dançar de uma forma mais próxima” com a vítima. “Estivemos um bocado a interagir, a divertirmo-nos. Ela começou a roçar-se em mim, uma dança típica de discoteca”, explicou, citado pelo jornal espanhol El País.

O depoimento da vítima foi outro. Disse que não só se sentiu incomodada com a proximidade do brasileiro como disse que Dani Alves lhe pegou na mão, em algumas ocasiões, colocando-a à altura do pénis. Na versão de Alves, esses alegados toques foram vistos como uma demonstração de iniciativa. “Pensei que havia uma atração sexual ali”, declarou o brasileiro. Terá sido essa perceção que o terá levado a aceitar o que, pela sua versão, foi um convite para a casa de banho.

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Segundo a imprensa espanhola, o lateral brasileiro simulou com a ajuda de uma cadeira o que se passou no interior da casa de banho. A acusação do Ministério Público indica que “penetrou vaginalmente a vítima até ejacular, sem usar preservativo e sem consentimento”.

Dani Alves diz que foi o primeiro a sair da casa de banho, já que não queria ser visto a sair dos lavabos com a jovem. Esteve mais algum tempo na área VIP até que decidiu abandonar a discoteca. À saída, ter-se-á cruzado com a vítima e com a amiga, mas o ex-futebolista negou tê-las visto. Pela versão da vítima, foi nesse momento, à saída da discoteca, que contou à amiga a violação e identificou Dani Alves como o agressor.

O ex-jogador também foi confrontado com o facto de ter apresentado três versões diferentes ao longo do processo. Primeiro, disse que não conhecia a jovem – versão contrariada pelas imagens de vídeo do interior da discoteca. Mais tarde, assumiu ter recebido sexo oral. Noutra versão, já em abril, confirmou que houve penetração, mas argumentou que foi uma relação consensual. Esta quarta-feira, explicou que apresentou várias versões porque esperava que a sua mulher “o pudesse perdoar”.

Dani Alves foi detido a 20 de janeiro de 2023. No próprio dia, prestou declarações perante a juíza de instrução. O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão para o brasileiro. De acordo com o jornal Marcao tribunal de Barcelona vai ter 20 dias para tomar uma decisão sobre a sentença de Dani Alves.