Enquanto várias marcas têm apostado nos smartphones dobráveis, a Apple tem mantido a distância desta categoria de produto. Mas, de acordo com o site The Information, a empresa está de olho no segmento e estará a preparar “pelo menos dois” protótipos de iPhone que podem ser dobrados.
O site cita fontes com conhecimento direto do tema, que indicam que a Apple estará a dar preferência a uma dobra tipo concha, semelhante à que é usada nos modelos Z Flip da Samsung. De acordo com esta fonte, não é esperado que um iPhone dobrável chegue ao mercado em 2024 ou mesmo 2025.
Caso se confirme a vontade de a Apple entrar neste segmento, que tem telefones habitualmente mais caros, seria uma significativa mudança no design do iPhone. Lançado em 2007, o iPhone tem evoluído de forma gradual, mas mantendo o aspeto retangular de um smartphone “tradicional”.
O The Information avança que a equipa de engenharia tem tido alguns contratempos no desenvolvimento do produto. A vontade de incluir ecrãs no exterior do equipamento estará a dificultar os trabalhos, já que são facilmente quebráveis. A ambição de fazer um modelo “tão fino quanto os atuais iPhone” também é um desafio devido à dimensão da bateria e aos componentes necessários para a dobradiça. Além de um iPhone, também há rumores sobre o iPad dobrável.
Habitualmente, a Apple é bastante discreta sobre os produtos que tem em desenvolvimento e são raros os casos em que apresentou publicamente ideias de produtos que não vingaram. O AirPower é uma dessas raridades: o dispositivo para carregamento foi mostrado na apresentação de 2017, mas nunca chegou ao mercado. Após quatro anos de trabalho, a Apple “matou” o projeto em 2019, por considerar que não conseguia cumprir com as expectativas que tinha para o produto.
Numa entrevista à Vanity Fair, feita a propósito do desenvolvimento dos Vision Pro, o headset de realidade mista da Apple, já ficou no ar que haveria um protótipo de dobrável em marcha: “Ele [Tim Cook, CEO da empresa] passa por salas restritas onde iPhones dobráveis e MacBooks com teclados retráteis ou televisores transparentes foram sonhados”.
Os analistas têm explicado o facto de a empresa não estar no segmento dos dobráveis com uma lógica própria da Apple. “Só lançam algo no momento em que sentem que o mercado está preparado” para o produto, disse em 2022 Francisco Jerónimo, da IDC, ao Observador.
Nos últimos anos, o segmento dos telefones dobráveis tem-se desenvolvido e há cada vez mais modelos disponíveis. No entanto, continua a representar uma fatia mais diminuta do mercado – não só têm preços elevados, como o formato ainda continua a deixar alguns consumidores reticentes.
Em setembro de 2023, a consultora IDC atualizou as previsões para o segmento dos dobráveis, antecipando remessas globais de 20,4 milhões de unidades no ano passado. Para 2027, são esperadas 54,3 milhões. A nível global, foram vendidos 1,17 mil milhões de smartphones, entre dobráveis e formato tradicional, no ano passado.
Quem é que já aposta dos dobráveis?
A Samsung foi uma das primeiras fabricantes do top das mais vendidas a estrear-se no segmento dos dobráveis, com o Galaxy Fold, em 2019. Um produto que, na altura, trouxe alguns dissabores à marca sul-coreana, pelos defeitos na dobradiça. O Fold foi apresentado em fevereiro de 2019 mas os defeitos nas unidades de teste levaram a empresa a adiar o lançamento do telefone a quatro dias do evento.
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A empresa não baixou os braços e lançou, mais tarde, uma versão melhorada do Fold original. Atualmente, o telefone que se dobra como um livro já vai na quinta geração, o Z Fold 5. Mais tarde, lançou o modelo Flip, que se dobra como uma concha e que também já está na quinta geração.
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A Huawei é outro exemplo de quem apostou nos foldable. Em 2019, apresentou o Mate X, o seu primeiro dobrável, que assumia um formato de livro aberto “ao contrário”, com preços de 2.300 euros. No ano passado, fez chegar o Mate X3 a Portugal.
A Honor, que foi lançada como uma marca da Huawei mas que há uns anos se tornou independente para escapar às consequências da guerra comercial, apresentou o mês passado o Honor Magic V2. No anúncio, o telefone foi apresentado como um dobrável mais fino.
