Estamos em 2018 e Taylor Swift traz às costas o peso de não se ter pronunciado nas eleições presidenciais ocorridas dois anos antes, que acabaram por dar a vitória a Donald Trump. Esse arrependimento, divulgado no documentário Miss Americana, está espelhado na reunião que a cantora norte-americana tem com a mãe e vários homens, tentando convencê-los de que devia apelar ao voto pelo candidato democrata ao Senado do Tennessee. A conversa acaba com um longo texto publicado nas redes sociais, que gerou automaticamente uma reação da Casa Branca. “Digamos que agora gosto 25% menos da música da Taylor, OK?”, declarou o então Presidente.
Para a artista, de 34 anos, tudo OK – não tendo conseguido conter as gargalhadas quando viu a reação de Trump, como também se descobre no documentário. Tanto na altura, como agora, em que o antigo Presidente dos Estados Unidos e candidato às presidenciais de novembro, a acusa de ser “desleal” caso venha a apoiar Joe Biden na corrida à Casa Branca.
Nem 24 horas após a vitória do namorado de Taylor Swift na Super Bowl — Travis Kelce conquistou o bicampeonato de futebol norte-americano pelos Kansas City Chiefs –, Trump voltou a pronunciar-se sobre o potencial apoio ao seu adversário direto, recordando os seus alegados feitos na indústria da música.
“Assinei e fui responsável pela Lei de Modernização da Música (MMA, na sigla inglesa) para Taylor Swift e todos os outros artistas musicais”, começou por escrever na sua rede social, Truth Social. “Joe Biden não fez nada pela Taylor e nunca fará.”
No entanto, no que diz respeito às contribuições do antigo líder da Casa Branca para a MMA, uma das advogadas que nela participaram, Dina LaPolt, enumerou-as: nenhuma. “O Trump não fez nada na nossa legislação a não ser assiná-la. Nem sabe o que é a MMA. Alguém devia perguntar-lhe o que é que a lei atingiu”, evidenciou à Vanity Fair.
Já se Biden fez ou não algo por Taylor Swift, diretamente não. Mas, tal como sublinha a mesma revista norte-americana, o atual Presidente dos Estados Unidos luta por muitos dos direitos reclamados pela artista – que conquistou na semana passada o quarto Grammy de “Álbum do Ano” –, nomeadamente o da interrupção voluntária da gravidez, que foi revogado em 2022.
Taylor Swift torna-se primeira artista a vencer Grammy de Álbum do Ano quatro vezes
Mas Trump não se ficou por aqui. “É impossível que ela apoie o corrupto Joe Biden – pior e mais corrupto Presidente da história do nosso país – e seja desleal com o homem que lhe deu tanto dinheiro”, referindo-se a ele próprio.
Finalmente, na publicação na rede social que criou após ter sido expulso do Twitter, antes de Elon Musk lhe tomar as rédeas e o chamar X, Trump fez uma menção ao companheiro de Taylor Swift. “Gosto do namorado dela, o Travis, apesar de ele ser um liberal e de provavelmente não me suportar!”, exclamou.
Trump, contudo, não foi o único a apelar ao voto do eleitorado de Swift. Sabendo o poder que a cantora norte-americana tem sob o seu clube de fãs, tendo levado à inscrição de mais de 35.000 eleitores após a publicação que fez em 2018, Joe Biden também tentou cair nas suas boas graças.
Segundo o Telegraph, a campanha de Biden tentou recrutar a artista como influenciadora, de forma a aumentar os índices de popularidade e crescer nas intenções de voto. A principal missão era convencer Swift a apelar ao voto entre o eleitorado mais jovem, que se tem mostrado contra as medidas e políticas do Presidente.
Apesar de a cantora ainda não ter dado qualquer indício sobre quem pretende apoiar, é provável que escolha mesmo o lado do democrata, visto que, em 2020, também apelou ao voto em Joe Biden e Kamala Harris.