A esmagadora maioria dos eleitores portugueses no estrangeiro vai votar por via postal nas próximas eleições legislativas de 10 de março, tendo já sido enviadas 1.541.295 cartas com o boletim de voto, segundo informação oficial.

De acordo com fonte oficial do Ministério da Administração Interna, o universo de cidadãos recenseados no estrangeiro que podem votar por via postal é de 1.541.295 eleitores, os quais residem em 189 países.

O maior número de eleitores que optaram por esta modalidade de voto pertence ao círculo da Europa (936.451), com 604.844 do círculo Fora da Europa: 62.630 em África, 435.662 na América e 106.552 na Ásia e Oceânia.

A mesma fonte adiantou que os países com maior número de eleitores inscritos para votar por via postal são a França (381.273), o Brasil (255.007) e o Reino Unido (170.633).

Em relação ao voto presencial, 5.281 eleitores manifestaram essa intenção, segundo dados ainda provisórios e que assim serão até à emissão dos cadernos eleitorais.

O voto presencial será exercido em 60 consulados, sendo os países com maior número de eleitores nesta modalidade o Brasil (1.382), a Venezuela (1.353) e a África do Sul (326).

De acordo com o relatório com números e informações sobre a votação no estrangeiro da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), a produção prevista de 1.541.295 cartas de envio para os 189 destinos iniciou-se no dia 4 de fevereiro. A primeira expedição ocorreu no dia seguinte.

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Cada carta de envio contém no seu interior um boletim de voto do respetivo círculo eleitoral, um envelope de cor verde, onde deve ser colocado o boletim de voto após a votação, um envelope branco (envelope de resposta, com franquia paga) e um folheto que contém as instruções de preenchimento e devolução (em português, inglês e francês).

No boletim, o eleitor deve assinalar com uma cruz a opção de voto, dobrá-lo em quatro e colocá-lo dentro do envelope de cor verde (sem quaisquer indicações ou documentos) e fechá-lo. Depois, tem de introduzir o envelope de cor verde no envelope de cor branca, juntamente com uma cópia do cartão de cidadão ou do bilhete de identidade e, depois de fechado, deve enviá-lo pelo correio antes do dia da eleição.

Por receio de utilização dos dados pessoais que constam dos cartões de identificação, ou desconhecimento sobre o método de voto, uma elevada percentagem de emigrantes portugueses não tem enviado a cópia e, por isso, o seu voto tem sido anulado.

Nas últimas eleições para a Assembleia da República (2022) o Tribunal Constitucional declarou a nulidade da eleição nas assembleias de voto do círculo eleitoral da Europa e a consequente repetição do ato eleitoral.

No passado dia 5 de janeiro, a Assembleia da República recomendou ao Governo a realização de ações de sensibilização junto das comunidades de portugueses no estrangeiro, no âmbito de campanhas de esclarecimento eleitoral para as legislativas antecipadas de 10 de março.

O PS volta a apresentar Paulo Pisco como cabeça de lista para o círculo da Europa nas próximas eleições legislativas, enquanto a AD chamou o social-democrata Carlos Alberto Gonçalves, que já tinha sido eleito neste círculo eleitoral.

Para o círculo da Europa, o PS propõe como cabeça de lista Paulo Pisco, enquanto o PSD chamou Carlos Alberto Gonçalves. O Chega apresenta José Dias Fernandes, o IL João Cotrim Figueiredo, enquanto a cabeça de lista da CDU por este círculo é Joana Carvalho e Rita Nóbrega pelo Bloco de Esquerda.

O PAN escolheu Paulo Vieira de Castro, enquanto o Livre optou por Tiago Correia.

Para Fora da Europa, Augusto Santos Silva (PS) e José Cesário (PSD) são os cabeças de lista para este círculo, enquanto o Chega escolheu Manuel Magno, após Maló de Abreu, ex-deputado do PSD, ter desistido da sua candidatura.

O IL escolheu Teresa Vaz Antunes para ser cabeça de lista por Fora da Europa, enquanto a CDU apresenta Ana Oliveira.

Os bloquistas têm como cabeça de lista para este círculo Miguel Heleno, o PAN apresenta Nelson Abreu e o Livre Nurin Mirzan.