O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou este sábado as sondagens que apontam para uma quebra da CDU nas próximas eleições legislativas, defendendo, num almoço em Avis, que há uma oportunidade e que a coligação “vai crescer”.
“Não temos ilusões, nenhuma sondagem nos vai dar a crescer. Já foi assim na Madeira e nos Açores. A verdade é que na Madeira e nos Açores a CDU cresceu; de forma mais expressiva na Madeira, em que quase dobrou a percentagem e ficou muito perto do segundo deputado, e nos Açores ficou a 85 votos do seu primeiro deputado”, disse, acrescentando: “Entretenham-se com as sondagens que nós nos entretemos com o contacto e a mobilização do eleitorado”.
Num discurso perante cerca de 300 pessoas no pavilhão multiúsos de Benavila, concelho de Avis, o líder comunista defendeu que as eleições de 10 de março são “uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para alterar a correlação de forças na Assembleia da República” e que a CDU é a melhor solução para “um voto de protesto”.
“Nós sabemos que será o povo e só o povo que vai decidir o rumo no próximo dia 10 de março. Eles sabem que a CDU — em cada esquina, em cada empresa, em cada aldeia —, está a construir por baixo todos os dias o resultado que nos querem roubar. A CDU vai crescer. Vamos ter melhores condições a partir de 11 de março, vamos ter mais força para travar a direita e vamos ter mais força para levar o PS às soluções que são necessárias”, vincou.
Paulo Raimundo sobre abandono do interior: “É preciso castigar nas urnas quem não cumpre as promessas”
Em Avis, Paulo Raimundo falou sobre o abandono do Interior, acusando o PS e o PSD por levaram a cabo políticas que originaram esse cenário.
Recordando o estado do SNS, as maternidades fechadas, o pouco investimento em estradas e caminho de ferro no Interior, Paulo Raimundo enfatizou que isso impõe a “imigração ou a ida para o litoral” à juventude que nasceu no interior.
“É no mínimo um insulto que depois destas opções erradas” que, em tempos de campanha eleitoral, haja políticos que venham “chorar lágrimas de crocodilo pela desertificação do Interior”, denuncia Paulo Raimundo.
Para o comunista, é “preciso castigar nas urnas” quem não cumpre as promessas e castigar aquelas pessoas estão sentados “nas cadeironas” em Lisboa e que depois decidem “contra os interesses da região”.
Votar na CDU é, na opinião de Paulo Raimundo, uma forma de “dar força” ao Interior. O comunista ainda referiu que é necessário aumentar os salários e as reformas.