As exportações do ‘cluster‘ português do mobiliário e afins atingiram em 2023 o valor recorde de 2.199 milhões de euros, mais 10% do que em 2022 e 24% acima de 2021, anunciou, esta quarta-feira, a associação setorial.

Em comunicado, a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) destaca que as exportações do ‘cluster‘ registaram, “pela primeira vez, um valor de vendas superior a 2.000 milhões de euros”, representando cerca de 90% do respetivo volume de negócios.

Segundo destaca, em 2023 assistiu-se a um “crescimento transversal nos principais mercados deste ‘cluster‘”, com França e Espanha a captarem mais de 50% das vendas, surgindo a Alemanha no terceiro lugar do ‘ranking‘.

O mercado francês, que absorve mais de 32% das exportações, importou quase mais 8% face a igual período em 2022 e manteve-se como o principal destino dos produtos nacionais, com uma quota superior a 32%.

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Nos três primeiros lugares da tabela surgem ainda a Espanha, com uma quota de mais de 26% e uma subida de quase 15% relativamente a 2022, e a Alemanha, que registou uma variação homóloga superior a 26%.

A encerrar as cinco primeiras posições do ‘ranking‘ estão os EUA (quota de 5,6%), que registaram “uma ligeira quebra devido à conjuntura nacional e internacional”, e o Reino Unido (+11%).

Apesar de o mobiliário ter superado pela primeira vez a fasquia dos 2.000 milhões de euros em exportações no ano passado, a APIMA ressalva que “a evolução homóloga não foi constante, denotando-se uma quebra a partir do mês de agosto”.

“Apesar de termos registado o melhor resultado de sempre, não podemos deixar de demonstrar alguma preocupação com as oscilações do mercado provocadas pelo cenário nacional e internacional que enfrentamos”, afirma o presidente da associação, citado no comunicado.

Segundo explica Joaquim Carneiro, “a instabilidade económica e política do país, mas também a guerra na Europa, que dura há mais de dois anos, estão a ter um forte impacto na economia europeia”.

“Mais recentemente, o conflito no Médio Oriente trouxe implicações à circulação marítima de mercadorias provocadas pelos ataques no Mar Vermelho e verificamos instabilidade política em mercados muito relevantes para o setor”, acrescenta.

O dirigente associativo salienta que é preciso “olhar para todos estes constrangimentos com responsabilidade, mas igualmente como uma oportunidade de continuar a apostar no valor acrescentado, na inovação e na sustentabilidade das empresas portuguesas”, que deve apostar na diferenciação face aos demais ‘players‘ do ‘cluster‘.

Em 2023, a APIMA aponta ainda a consolidação da balança comercial superavitária destes setores, com um saldo que ultrapassou os 1.000 milhões de euros, superando em 27% o ano anterior.