Parece que para os responsáveis da Porsche é difícil engolir o facto de o Taycan ser continuamente enxovalhado pelo seu rival norte-americano Tesla Model S Plaid na capacidade de aceleração e na velocidade máxima, além de no melhor tempo numa volta ao circuito de Nürburgring. Daí que fosse expectável que com a introdução do restyling da berlina eléctrica germânica, revelado no início de Fevereiro, a Porsche conseguisse encontrar a potência, a rapidez e a velocidade que lhe faltava. E a berlina desportiva dos alemães até melhorou, mas a realidade é que continua longe de bater o seu rival eléctrico.



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A complementar os já conhecidos Taycan, Taycan 4S e Taycan Turbo S, a Porsche lança agora o Taycan GT, o mais desportivo da gama, que o construtor propõe na versão normal e numa outra equipada com o pack Weissach. Mas a dúvida persiste: será que o Taycan GT finalmente consegue bater (ou aproximar-se) do Model S Plaid?

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O Taycan GT tenta de duas formas distintas ser mais dinâmico do que as restantes versões da gama, pois se, por um lado, se esforça por reduzir o peso, por outro, aumenta significativamente a potência. Começando pela dieta a que foi submetido, o Taycan GT começa por pesar menos 75 kg do que o Turbo S, acusando agora apenas 2365 kg, redução que foi conseguida à custa de aplicações em fibra de carbono em alguns embelezadores da carroçaria, uma estrutura dos bancos anteriores em plástico reforçado com fibra de carbono, um capot frontal mais leve e um adeus à motorização da tampa da mala.

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Mas, para incrementar ainda mais a sua probabilidade de bater o Plaid, o construtor alemão concebeu o kit Weissach, que retira mais 70 kg à berlina, fixando o peso de homologação em 2295 kg. Mas aqui já recorrendo a soluções um pouco mais extremas e até excessivas para quem pensa utilizar o carro no dia-a-dia, como retirar o banco e as costas do assento traseiro, fazer desaparecer a alcatifa que reveste o habitáculo (excepção feita para os modelos de competição), bem como grande parte do revestimento insonorizante. Ainda assim, o Plaid continua a ser mais leve (2265 kg), apesar de ser mais comprido, mais largo e com maior distância entre eixos, apenas por utilizar um chassi e carroçaria com mais alumínio em vez do (mais barato e mais pesado) aço.

Mantendo dois motores, um por eixo, em vez dos três da Tesla, o Taycan GT usufrui de um total de 789 cv. Mas se o condutor pressionar o botão no volante que activa o Attack Mode, passa a ter à disposição mais 163 cv durante uns “curtos” 10 segundos, mas só se a bateria estiver mais de 30% de capacidade e a temperatura for superior a 10ºC. Com todos estes botões e limitações, o Taycan GT anuncia 2,3 segundos de 0-100 km/h e 290 km/h de velocidade máxima, valores que impõem respeito. Mas não ao Model S Plaid, que ultrapassa a fasquia dos 100 km/h em apenas 2,1 segundos, para depois atingir 322 km/h. São 0,2 segundos e 32 km/h de vantagem para o eléctrico norte-americano, que assim volta a envergonhar o Taycan, desta vez com a especificação GT.

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A esperança para a Porsche salvar a face passou pois a recair apenas sobre os ombros do Taycan GT com o kit Weissach, versão que a marca não avança se está à venda em todos os mercados ou se, como já fez no passado para bater a Mercedes no Nürburgring (como pode ver em cima), é uma espécie de um pack especial limitado apenas à Alemanha. A mecânica desta versão, que se distingue por exibir uma imponente asa fixa traseira, soma aos 789 cv dos dois motores mais uns quantos quando se activa o Launch Control, elevando a potência para 1033 cv durante uma verdadeira eternidade: dois segundos. O resultado para esta versão menos luxuosa, mais barulhenta e só com dois bancos são 2,2 segundos de 0-100 km/h e 305 km/h, o que mais uma vez deixa o Taycan a milhas do Model S Plaid (2,1 segundos e 322 km/h), pelo que ainda não foi desta que a Porsche saiu da sombra da Tesla em rapidez e velocidade.

Onde o Porsche Taycan GT se destaca claramente é no preço, ao ser comercializado em Portugal por 252.795€, contra 111.990€ do Tesla Model S Plaid. Esta proposta que consiste em pagar mais do dobro por uma berlina desportiva… menos desportiva poderá fazer alguma confusão a potenciais clientes, provavelmente esperançosos que também eles possam proceder ao pagamento como a Porsche faz com a potência adicional, válida apenas por 2 segundos.