Esther Mucznik, escritora e colunista portuguesa especialista em temas judaicos, afirma ter sido vítima de comentários antissemitas por parte de um dos responsáveis pela mesa onde votou, nas eleições do passado domingo. A autora já apresentou queixa à Comissão Nacional de Eleições.

A colunista descreve, num artigo de opinião no jornal Público, que foi votar ao Pavilhão Celorico Monteiro, em Miraflores onde mostrou o cartão de cidadão para exercer o direito de voto e que um dos responsáveis, ao examinar o cartão lhe terá dito “não gosto”, referindo-se ao nome de origem judaica da autora. Confusa, Esther Mucznik relata que lhe perguntou “Não gosta de quê?”, ao que o responsável pela mesa de voto terá respondido de forma imediata: “Não gosto do nome e de andarem por lá a fazer massacres”, no que considera uma “evidente manifestação de ódio, culpando-me pelo que se passa em Gaza.”

Em resposta, a autora diz que lembrou a este responsável que é portuguesa e “estava a votar como tal e que ia apresentar uma queixa contra ele por estar a infringir a regra número um deste dia que é a neutralidade relativa à identidade religiosa e política dos eleitores”. A escritora diz que já apresentou queixa à Comissão Nacional de Eleições, mas ainda não obteve respostas sobre qualquer processo.

À Rádio Observador, Esther Mucznick relata o momento em que foi abordada pela pessoa que lhe pareceu ser o presidente da mesa de voto.

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Esther Mucznick vítima de alegadas “ofensas antissemitas” nas mesas de voto

No mesmo artigo, a autora alerta que “hoje assistimos à expressão do mesmo de forma cada vez mais violenta na Europa através da importação do conflito israelo-palestiniano” referindo-se ao conflito no Médio Oriente que se intensificou depois dos massacres de 7 de Outubro levados a cabo pelo grupo terrorista Hamas em Israel.