A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, defendeu esta terça-feira que Portugal “não deve abdicar” do “nível de autonomia e de liberdade” na decisão de políticas públicas alcançado com a trajetória das “contas certas”.
A governante falava aos jornalistas, em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa, altura em que foi questionada sobre a necessidade de um orçamento retificativo para levar a cabo algumas das medidas já anunciadas por PSD e CDS-PP.
Sobre a necessidade de um orçamento retificativo, Mariana Vieira da Silva escusou-se a fazer comentários, dizendo não lhe caber pronunciar-se sobre a matéria e salientando que é uma resposta “impossível de ser dada”, uma vez que “depende do desenho, dos faseamentos, das dimensões das medidas a tomar”.
No entanto, Vieira da Silva considerou que “o país alcançou um nível de autonomia e de liberdade na decisão de políticas públicas, com as contas certas, de que não deve abdicar”.
De acordo com a governante, este enquadramento permite levar a cabo “muitas dimensões das políticas, tanto de apoio aos que trabalham na administração pública, de apoio aos que mais precisam, como de outras decisões de ajuda humanitária”, dando como exemplo os 10 milhões de euros aprovados esta terça-feira em Conselho de Ministros para aumentar o apoio português à agência da ONU que apoia refugiados palestinianos.
“Na nossa perspetiva, este é um caminho que o país precisa para definição das suas políticas públicas de futuro que lhe dá mais liberdade e melhores condições para se modernizar e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Quanto ao mais, há um novo Governo e um primeiro-ministro indigitado a quem cabe fazer as políticas e fazer as opções que sempre existem quando se está no Governo”, salientou.
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 2 de abril.