O grupo de trabalho nomeado pelo governo para acompanhar e coordenar os trabalhos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 custa ao erário público 35 mil euros por mês e deve manter-se em funções até final de 2024, quase ano e meio depois da realização do evento. A confirmar-se, a equipa — liderada pelo ex-vereador da Câmara de Lisboa José Sá Fernandes — vai custar mais de 1,3 milhões de euros ao erário público.
É o que se conclui do relatório do Tribunal de Contas de fiscalização aos contratos celebrados no âmbito da JMJ. Segundo o documento, “o pagamento das remunerações dos membros do grupo de projeto criado pelo governo gerou uma despesa de 679 032 euros até 31 de maio de 2023, correspondente ao exercício de metade do respetivo mandato (19 meses), sendo expectável que venha, pelo menos, a duplicar”. Fazendo as contas, são um milhão e 358 mil euros, em 38 meses, o que resulta num custo mensal superior a 35 mil euros só em salários. A este custo somam-se as despesas de deslocação, alojamento e combustíveis que, só em 2023, ultrapassaram os 30 mil euros.
A equipa é constituída por um coordenador, três adjuntos, três técnicos especialistas, uma secretária pessoal e um motorista. Segundo avançou o Correio da Manhã, entre ordenado-base e despesas de representação, José Sá Fernandes ganha 4657 euros brutos por mês, enquanto os adjuntos e técnicos especialistas que fazem parte da equipa têm um ordenado mensal de 3725 euros brutos.
Recorde-se que o grupo de projeto foi nomeado no final de abril de 2021, através de uma resolução do Conselho de Ministros. Entre os objetivos do grupo está o acompanhamento e coordenação dos trabalhos de preparação da JMJ; a gestão e execução das tarefas necessárias ao cumprimento das responsabilidades e compromissos assumidos pelo Governo no contexto da JMJ 2023; ou o apoio à entidade organizadora da JMJ 2023.