Siga aqui o nosso liveblog sobre as legislativas 2024.
A Ordem dos Médicos destacou esta quinta-feira a capacidade de diálogo e trabalho da nova ministra da Saúde, Ana Paula Martins, características que considera “muito relevantes” para responder aos desafios como dar um médico de família a todos os portugueses.
Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, começou por dizer que, “mais do que as personalidades, o que é verdadeiramente importante” é saber “o programa do Governo e da forma como vai ser cumprido”.
“Mas em relação à pessoa, porque também é importante, há também outra questão sempre muito relevante que é a gestão das expectativas e, sobretudo, quando essas expectativas são altas”, disse, considerando que Ana Paula Martins, farmacêutica, tem características que a OM considera “serem muito positivas”.
Apontou como principal ser “muito conhecedora” da área da saúde, em que já desempenhou “altas responsabilidades”, entre as quais bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
Outras características “muito relevantes” para Carlos Cortes e que, no seu entender, vão ser “muito requisitadas”, é sua capacidade de diálogo e de “juntar as pessoas”, dando-lhes algum palco e ouvindo os profissionais de saúde.
“Depois é uma pessoa com capacidade de trabalho” de que vai necessitar para responder a “desafios muito importantes”, começando pelo “programa da Aliança democrática [AD], que é extremamente ambicioso para a saúde“.
“É ambicioso na sua dimensão e ambicioso também pelos prazos muito curtos a que se compromete, nomeadamente, para dar um médico de família a todos os portugueses”, sustentou, lembrando que há mais de 1,6 milhões sem médico de família.
Para Carlos Cortes, o programa também é “muito ambicioso” na questão da resolução das listas de espera para consultas, cirurgia, bem como “na capacidade de reconciliar os profissionais de saúde com a tutela”.
“Tem havido um afastamento da tutela que virou as costas aos profissionais de saúde e não tem contado com eles para desenvolver o Serviço Nacional de Saúde”, declarou.
Por outro lado, há o desafio de “voltar a transmitir uma mensagem de confiança” no SNS, que se tem perdido junto dos doentes, mas também dos profissionais, e torná-lo “mais atrativo” para captar os profissionais de saúde.
Carlos Cortes realçou também como prioritário a resolução da questão das urgências e disse estar “muito curioso” sobre como vai ser desenvolvido o plano de emergência para a saúde proposto no programa da AD, que determina um período de dois meses para a sua definição.
“Estou curioso também de saber qual vai ser o papel da ministra da Saúde” em relação à Direção Executiva do SNS, sendo que no programa da AD já estava referido que “ia ser completamente reestruturada”.
O bastonário referiu ainda a reforma em marcha desde 1 de janeiro da criação das Unidades Locais de Saúde: “É muito evidente para quem trabalha no setor que está a atravessar imensas dificuldades (…). Portanto, vamos aguardar para saber como é que a ministra vai resolver estes vários problemas”.
Manifestou a disponibilidade da OM para dar “todo o apoio para que o SNS e a saúde na sua globalidade encontre um caminho adequado que possa dar a resposta que os portugueses necessitam”.
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois. O debate do programa de Governo está marcado para 11 e 12 de abril.