O exército israelita recuperou o corpo de Elad Katzir, que morreu na Faixa de Gaza, depois de ter sido raptado pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro. Este sábado, foi anunciado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e pela família que o corpo foi transportado para Israel.

Katzir tinha 47 anos. De acordo com a informação divulgada pelas IDF, foi “assassinado durante o cativeiro pelo grupo terrorista da Jihad Islâmica Palestiniana”, acredita-se que em janeiro.

A operação para recuperar o corpo, que estava enterrado no campo de refugiados de Khan Younis, em Gaza, foi feita pela Brigada de Comandos, após informação dos serviços de segurança Shin Bet e dos serviços de informação militar das IDF, explica o Times of Israel.

A identidade foi confirmada através de um processo de identificação feito pelo Centro de Medicina Forense de Israel, pelas IDF e por representantes do Shin Bet, esclareceu o exército israelita. Só depois é que a família foi avisada.

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Elad Katzir era um agricultor e ativista social, escreve a imprensa israelita. Era um dos 253 israelitas raptados pelo Hamas em outubro: foi levado de casa, no kibbutz Nir Oz.

Era o principal cuidador dos pais. O pai, Avraham ‘Rami’ Katzir, foi assassinado na sala de segurança da casa, enquanto a mãe, Hanna Katzir, foi levada para Gaza. Hanna, de 76 anos, foi libertada pelo Hamas a 24 de novembro, no primeiro lote de 13 reféns. Chegou a Israel com problemas de coração.

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Durante algum tempo, Elad foi dado como desaparecido. Mais tarde, foi confirmado que estava entre os reféns. Chegou a aparecer ainda vivo em dois vídeos de propaganda da Jihad Islâmica, ao lado de Gadi Mozes, outro refém. Um dos vídeos foi partilhado em dezembro e o segundo no início de janeiro.

Elad Katzir era voluntário da Fundação Hadar, que apoia jovens artistas e académicos através de bolsas de estudo, mentoria e aconselhamento de currículo. Também participou em vários protestos para pedir a libertação de Hadar Goldin e Oron Shaul, dois soldados cujos corpos estão retidos em Gaza.

Os amigos e a família descreveram Elad Katzir como um homem que, em altura de tensão e ataques de Gaza, insistia em trabalhar nas terras dos kibbutz próximos da fronteira.

“Ele podia ter sido salvo se tivesse havido um acordo a tempo”, diz a irmã

Elad Katzir tinha duas irmãs. Uma delas, Carmit Palty Katzir, tornou-se uma das figuras mais relevantes do movimento de familiares dos reféns. Numa publicação na rede social Facebook, culpou o governo israelita pela morte do irmão.

“Recebemos notícias devastadoras”, lamentou a irmã, que criticou a “liderança cobarde e impulsionada por considerações políticas”. “Ele podia tê-los resgatado se tivesse havido um acordo a tempo”, vinca.

“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o gabinete e as IDF não fazem ideia de onde a maioria dos reféns estão, e não têm forma de chegar até eles quando souberem onde estão.”

A irmã referiu que Elad Katzir esteve “vivo durante três meses” no cativeiro e que, durante esse tempo, “houve uma possibilidade de salvá-lo e fazê-lo regressar com vida à sua família e ao seu país”.

Ainda há 133 reféns israelitas mantidos em Gaza. “Não temos um único dia para desperdiçar”, avisou Carmit Palty Katzir.