Nesta altura do Campeonato, a quatro jornadas do fim, só interessam as contas. E essas são fáceis de fazer: com a vitória contra o Farense, o Benfica garantiu que fica matematicamente dentro da corrida pelo título se pontuar contra o Sp. Braga, na próxima jornada. O que significa que, se os encarnados perderem com os minhotos na Luz e o Sporting vencer o FC Porto no Dragão, os leões podem ser campeões nacionais já no domingo.

Di María e um toque de bola que nem as desilusões conseguem apagar (a crónica do Farense-Benfica)

Contudo, essas são conversas para o próximo fim de semana. Esta segunda-feira, o Benfica venceu o Farense e voltou aos triunfos depois da eliminação nos quartos de final da Liga Europa, contra o Marselha. Roger Schmidt aproveitou para realizar uma autêntica revolução no onze na antecâmara da receção ao Sp. Braga, deixando João Neves, Aursnes, Neres, Rafa e Tengstedt no banco, e viu Álvaro Carreras, Arthur Cabral e Bah realizarem exibições bem acima da média.

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Ainda assim, e apesar do resultado positivo, os adeptos do Benfica não deixaram de assobiar a equipa e entoar cânticos críticos em relação a Roger Schmidt e Rui Costa, demonstrando um claro desagrado com a temporada encarnada e a recente eliminação europeia. Algo que o treinador alemão, tal como explicou na zona de entrevistas rápidas, não consegue compreender.

“Não posso aceitar. Na minha opinião, os jogadores não merecem. A única forma de lidar com isto é saber que há benfiquistas que apreciam o que fazemos. Não temos problemas com críticas, somos críticos connosco, mas a forma como o fizeram, como se comportaram, como fazem barulho… Não são todos, é uma parte, mas são os mais barulhentos e são aqueles que se destacam mais. Não é bom para nós, porque reduz as nossas chances de ganhar jogos. Se virem, contra o Marselha, ganhámos e nos últimos 20 minutos assobiaram a equipa. Mandaram-nos para Marselha com este feeling No final vimos uma diferença em Marselha”, começou por dizer.

“Não queremos nada de especial, mas queremos que apoiem a equipa em jogos difíceis e importantes. É algo que esperamos. Isto é difícil para os jogadores. É muito exigente jogar no Benfica, especialmente para os jovens. Mas mesmo para os experientes, porque normalmente és motivado pelos adeptos, mas se estás a jogar bem e mesmo assim tens esta reação é algo que é difícil de suportar. Sabemos que há muita gente que nos apoia e esperamos que, no sábado e contra o Sp. Braga, no nosso estádio, só venham as pessoas que nos apoiam”, acrescentou.

Sobre o jogo em si, Roger Schmidt sublinhou a importância da vitória. “É sempre importante, depois de um resultado desapontante como o que tivemos na quinta-feira. Mostrámos uma boa reação, tivemos foco no jogo. Foi um bom jogo, dominámos e no final foi uma vitória clara. Desperdiçámos oportunidades, claro. No futebol não podes marcar sempre. Ter um pouco mais foco e usar as nossas oportunidades de melhor forma, é isso que temos de melhorar. Hoje foi um bom início, mas ainda temos potencial”, atirou Schmidt.

Já na conferência de imprensa, o treinador encarnado voltou a atirar-se aos adeptos. “Estou feliz com os jogadores, mas não estou com a performance dos adeptos, devo dizê-lo. Na minha opinião, é demais. Consigo perceber que nem toda a gente está contente. Mas eu vejo a minha equipa, os jogadores, a darem sempre tudo pelo Benfica. Serem atacados e insultados por algumas pessoas… Não é o que eles merecem e, para mim, isso não é aceitável. Este tipo de reações é excessivo. Estas pessoas, para mim, não são benfiquistas. Eu sei que não posso mudar isto, mas o que quero dizer é que precisamos dos nossos adeptos, de adeptos positivos, que amem o Benfica, que nos apoiem. Não precisamos deste tipo de pessoas. Que fiquem em casa”, terminou.