A Liga dos Direitos Humanos e a associação de ajuda aos migrantes Utopia 56 apresentou nesta terça-feira uma queixa por cumplicidade em crimes contra a humanidade e tortura contra Fabrice Leggeri, candidato da extrema direita francesa às europeias.

Liggeri foi diretor da Frontex, a agência da União Europeia encarregada das fronteiras.

As duas organizações não governamentais (ONG), que apresentaram a queixa perante o tribunal judicial de Paris, consideram que a agência da UE responsável pelo controlo das fronteiras desempenhou “um papel essencial na prática de crimes contra a humanidade, no Mediterrâneo”, a rota migratória “mais mortal do mundo”, sob a direção de Leggeri.

Para afirmar o papel policial da agência, o diretor escolheu, então, uma política destinada a dificultar, custe o que custar, nomeadamente vidas humanas, a entrada de migrantes na UE”, afirmaram.

As duas ONG acusam Leggeri, diretor da Frontex de 2015 a 2022, de ter “permitido a perpetuação de factos criminosos”, de que tinha conhecimento.

Questionado pelo jornal Le Monde, o número três da lista do partido de Marine Le Pen (RN), declinou as acusações, classificando-as como “alegações incorretas”, com o objetivo de desacreditar a lista a que pertence.

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Face às acusações, o RN rapidamente expressou apoio ao candidato às eleições de 9 de junho.

“As associações de extrema esquerda, partidárias da submissão migratória e cúmplices dos passadores, querem reduzir ao silêncio os que defendem o princípio do controlo das fronteiras“, escreveu Marine Le Pen na rede social X.

“O seu único ‘crime’ é recusar a submersão migratória do continente europeu”, denunciou, por seu lado, o cabeça de lista do RN, Jordan Bardella.