O alerta chegou esta quinta-feira à noite, após a autoridade de saúde dos Estados Unidos da América, a Food and Drug Administration (FDA) ter divulgado que um quinto do leite comercializado no país estava contaminado pelo vírus da gripe das aves. Agora, a administração de Joe Biden e a indústria dos laticínios tentam tranquilizar a população para não ficar preocupada com a propagação da doença no gado do país.

Quase uma semana depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter recomendado os cidadãos a consumir leite pasteurizado, no seguimento de terem sido descobertas fortes concentrações do vírus H5N1 no leite e de várias manadas terem sido afetadas, a FDA revelou que uma em cada cinco amostras do leite à venda nos supermercados testaram positivo ao vírus da gripe das aves que, no entanto, estava inativo, ou seja, morto.

Os investigadores ressalvam, porém que os testes PCR efetuados não são os mais indicados para detetar vírus vivos e infecciosos mas a FDA está agora a preparar-se para realizar testes adicionais mais precisos.

OMS recomenda beber leite pasteurizado devido a vírus gripal no leite de vacas nos EUA

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Até à data, o vírus foi encontrado em, pelo menos, 33 produções de gado, em oito estados, mas apenas numa pessoa – um funcionário do setor pecuário que esteve em contacto direto com o gado. No entanto, os virologistas avisam que o vírus se está a propagar mais rapidamente do que os dados mostram, noticia o jornal Politico.

Ainda que as autoridades considerem que a descoberta de fragmentos inativos do vírus no leite pasteurizado não seja alarmante, visto que revela que o processo de pasteurização está a conseguir neutralizá-lo, o facto de a gripe das aves nunca antes ter contaminado gado está a preocupar a população e os agricultores.

Alguns já pediram inclusivamente ao governo que expanda os testes e que disponibilize os resultados o mais breve possível. “Esta foi e continua a ser uma situação em rápida evolução e estamos a tratá-la com seriedade e urgência”, respondeu Allan Rodriguez, porta-voz do Departamento do Estado da Agricultura (USDA, na sigla inglesa), num comunicado.

Esta não é, contudo, a única abordagem da administração de Biden para tranquilizar a população de que, para já, o leite não é um risco para a saúde. Tanto a USDA, como a FDA e o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças emitiram um comunicado na terça-feira passada a alertar a população de que o “leite de supermercado está seguro”.

Além disso, tal como a OMS, as agências aconselharam os consumidores a beber leite pasteurizado, tendo descrito o processo como essencial para evitar a propagação do vírus, visto que “mata as bactérias e vírus nocivos, aquecendo o leite a uma temperatura específica durante um determinado período de tempo para o tornar mais seguro”.

“Mesmo que o vírus seja detetado no leite ‘cru’, espera-se que a pasteurização elimine os agentes patogénicos a um nível que não represente um risco para a saúde do consumidor”, revelaram as agências, acrescentando que já tinham encontrado fragmentos do vírus em leite pasteurizado, mas que estavam inativos.

As agências disseram ainda que “desaconselham vivamente o consumo de leite não pasteurizado”, sustentando que já foi encontrada a “presença do vírus” em amostras de leite nesse estado.

No comunicado, as agências também reforçaram que a contaminação do vírus em vacas “é uma situação nova e em evolução”, o que levou a USDA a emitir uma ordem federal nesta quarta-feira para exigir que todo o gado leiteiro seja testado, a partir de segunda-feira, para a gripe aviária, antes de ser transportado para outros Estados. Os laboratórios e veterinários serão, desta forma, obrigados a comunicar os resultados positivos.

“Emitimos esta ordem federal para proteger ainda mais a indústria pecuária dos EUA da ameaça representada por este vírus”, acrescentou a porta-voz do USDA.