Frederik e Mary da Dinamarca fizeram por estes dias a primeira viagem de estado como reis e o destino escolhido foi a Suécia, o país vizinho com o qual têm laços especiais. Como manda a tradição, há uma agenda de eventos e um jantar de gala. A nova rainha fez justiça ao seu estatuto de referência na moda entre a realeza e escolheu fazer diplomacia com as joias, já que levou na mala de viagem peças histórias e cheias de significado para ambas as casas reais.
Os reis da Dinamarca chegaram esta segunda-feira de manhã à Suécia a bordo do iate real Danneborg. Foram recebidos pelos príncipes herdeiros, Victoria e Daniel, que os convidaram a subir a bordo do barco real Vasaordener para rumarem ao Palácio Real de Estocolmo onde os aguardavam os reis da Suécia com honras de estado. Foi a primeira vez desde 1774 que a embarcação sueca foi usada para receber monarcas e o gesto é uma das muitas provas do quão especial é esta visita. Afinal muito mais do que a proximidade geográfica, os dois países estão unidos por laços familiares entre ambas as famílias reais, já que a avó do Rei Frederik X da Dinamarca, a rainha Ingrid, é tia do Rei Carlos Gustavo da Suécia.
Esta terça-feira, o segundo e último dia de viagem, a rainhas começaram por visitar o Museu Príncipe Eugens Waldemarsudde onde viram uma exposição da artista dinamarquesa Marie Kroyer. Depois, os quatro reis juntaram-se para um almoço na Câmara Municipal de Estocolmo, também os príncipes da Suécia e outros convidados. À tarde houve uma visita ao centro de ciências biológicas de Estocolmo, uma conversa sobre inteligência artificial e uma visita ao Museu Nórdico, segundo dá conta a revista Hola.
Mary usou um vestido vermelho que já é um clássico do seu armário e assinado pela designer brasileira Raquel Diniz, adornado com uma pregadeira dourada e uns brincos de inspiração floral, ambos em ouro, e uma capa bege. O dia e a visita de estado acabou com uma receção no iate real oferecida pelos reis da Dinamarca aos monarcas suecos.
Na noite desta segunda-feira, os reis da Suécia ofereceram o tradicional banquete de gala em honra dos novos soberanos da Dinamarca. Antes de se sentarem à mesa, houve troca de condecorações. Frederik X e Mary receberam a Ordem dos Serafins das mãos do Rei Carlos Gustavo e deram ao príncipe Daniel, marido da princesa herdeira Victoria, a Ordem do Elefante. Mas o que dá realmente nas vistas nestes eventos são as joias das senhoras e as rainhas não se pouparam no brilho.
Mary da Dinamarca usou a tiara que será a favorita, de tantas vezes que já a vimos com ela. A tiara de rubis faz parte de um conjunto com brincos, colar, pregadeira e pulseira e tem também um elo de ligação à Suécia. As joias foram criadas para Désirée Clary, mulher do futuro Rei Carlos João XIV da Suécia, usar na coroação do imperador Napoleão. A tiara foi passando de geração em geração até chegar à princesa Luísa da Suécia, que se casou com o príncipe herdeiro Frederico da Dinamarca em 1869, e viria a adornar a cabeça de Mary várias vezes já no século XXI. A rainha Mary usou conjunto composto por uma saia bege brilhante e um top adornado com um bordado bordeux sobre um efeito de transparência, uma criação do designer Jesper Høvring.
A casa real partilhou na sua conta de Instagram um vídeo com o resumo deste banquete.
A rainha Sílvia combinou um vestido verde esmeralda com renda assinado pela marca alemã Georg et Arend com joias em tons de azul. Da vasta e rico coleção de joias da casa real Sueca, a soberana escolheu a tiara Leuchtenberg. A joia foi um presente de Napoleão para a princesa Augusta da Baviera, tem como destaque nove vistosas safiras e também faz parte de um conjunto que conta ainda com colar brincos e pregadeira. A rainha da Suécia usou o conjunto completo neste jantar de gala.
O menu estava escrito em francês, como parece ser habitual na corte sueca, segundo conta a revista Point de Vue, e contava com lagostim cozinhado com rábano, lúcio assado com espargos brancos cozidos, ervas silvestres e volouté de urtiga, vitela marinada em manjerona, ervas de estragão, xerez, prímulas e pistácio crocant. A sobremesa foi sorbet de ervas e manteiga dourada. O serviço onde este jantar foi degustado é brasileiro e foi oferecido à rainha Joséphine da Suécia em 1873 pela irmã Amélie, que era imperatriz do Brasil, segundo informação dada pelo próprio palácio e citada na revista francesa.
No primeiro dia desta visita, segunda-feira dia 6 de maio, os reis da Dinamarca foram recebidos no Palácio Real de Estocolmo e houve uma fotografia de família na qual aos quatro reis se juntaram os príncipes herdeiros da Suécia e os dois filhos, Estelle e Oscar, e também o príncipe Carlos Filipe e a princesa Sofia da Suécia. Depois da receção, os reis da Dinamarca conheceram os representantes do parlamento sueco.
A casa real da Suécia partilhou um vídeo com a chegada dos reis dinamarqueses.
A rainha Mary chegou à Suécia com um vestido em tweed branco com saia rodada de Mark Kenly Domino Tan, que completou com acessórios em azul escuro, com destaque para o toucado com um grande laço, criado por Jane Taylor. À chegada, o vento fez com usasse uma capa azul escura. Para este primeiro encontro as damas suecas optaram por cor de rosa. A rainha Sílvia optou por um vistoso conjunto em amarelo e rosa choque, enquanto a princesa Victoria ficou por uma tonalidade mais discreta no seu conjunto composto por vestido e casaco assinado por Christer Lindarw.
Mais tarde, sobre o vestido branco da rainha foi possível ver a pregadeira Connaught. Uma grande safira brilha entre diamantes e pérolas nesta joia que encerra a ligação familiar entre as suas casa reais. A joia pertenceu a Luísa Margarida da Prússia, seria depois herdada pela filha Margarida de Connaugh, a primeira mulher de Gustavo Adolfo da Suécia, a propósito do casamento. Eram os avós do atual Rei Carlos Gustavo da Suécia e da Rainha Margarida da Dinamarca, que deixou o trono no passado mês de janeiro.
No passado dia 2 de maio os reis Frederik e Mary embarcaram em Copenhaga no iate real Dannebrog, considerado uma das residências da família real quando os membros estão a bordo, para se instalarem no Castelo de Fredensborg durante os próximos meses. Esta foi a morada dos reis durante os seus primeiros anos de casados e agora regressam lá porque a localização deste castelo permite se desloquem com mais facilidade de barco aos locais onde querem ir, explica a Vanity Fair. Foi a primeira vez que os novos reis da Dinamarca embarcaram no iate e a partida da capital contou com salvas de canhão, como como a chegada ao porto de Helsingor também teve uma receção para os monarcas. Ficarão em Fredensborg até agosto.