As autoridades espanholas encontraram na cidade de Málaga uma menor que estava ao cuidado do estado suíço e que tinha sido raptada pelo próprio pai, que a criou em isolamento numa floresta na Suíça e a manteve durante vários anos afastada de qualquer contacto com a sociedade. A jovem, de 17 anos, já foi repatriada e colocada num centro de acolhimento.

A menor foi identificada pela polícia espanhola durante uma patrulha junto a um centro comercial na província de Coín. Segundo o jornal ABC, os agentes aperceberam-se da presença de um carro de aspeto abandonado e com um pneu furado que se encontrava estacionado no parque de estacionamento. Ao aproximarem-se, encontraram o proprietário do carro acompanhado por uma jovem, sendo que ambos aparentavam estar a viver na rua.

Ao estranhar o comportamento da menor, que, de cabeça baixa, evitava contacto visual, os agentes acabaram por pedir os documentos de identificação aos dois elementos. Foi nessa altura que receberam um alerta emitido pela polícia suíça através do gabinete do SIRENE (“Informações Suplementares Pedidas na Entrada Nacional”, em português), presente em vários países da União Europeia para troca de informações e coordenação das autoridades. Dava conta de que a menor tinha sido raptada e que se encontrava numa situação de “grande perigo”.

O alerta, segundo indicou um comunicado da polícia espanhola citado pelo ABC, referia ainda que o homem era considerado um “perigo” para a jovem e que esta deveria ser entregue ao cuidado do Serviço de Proteção de Menores.

A imprensa espanhola refere que a menor tinha vivido afastada da sociedade durante vários anos por imposição do pai. Teria, de acordo com as informações transmitidas pelas autoridades espanholas, um capacidade intelectual limitada. Desconhecia os comportamentos sociais de interação e não sabia, por exemplo, como atravessar uma estrada ou como comportar-se durante uma refeição.

A menor já estava à guarda do governo suíço, mas o pai acabou por levá-la e fugir do pai. A imprensa espanhola nota que como estava prestes a fazer 18 anos, repatriá-la teria sido muito mais difícil caso não tivesse sido identificada a tempo pelas autoridades.

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