O PCP assinalou esta quinta-feira os 79 anos da capitulação da Alemanha nazi perante a União Soviética apelando à resolução pacífica dos conflitos e ao desarmamento geral, e defendendo que o Ocidente deve negociar com a Rússia.

Em comunicado, o PCP defende que a comemoração deste dia assume hoje “acrescida importância” perante quem quer apostar “de novo na confrontação, na promoção do militarismo, na escalada armamentista, na apologia da guerra”.

“O PCP reafirma que se impõe pôr fim ao caminho para o abismo e para onde o imperialismo procura empurrar a humanidade”, lê-se na nota, que acrescenta que o caminho para a paz “implica o fim da apologia do militarismo, do aumento das despesas militares, da escalada armamentista, da guerra”.

“O caminho para a paz é incompatível com a ampliação da NATO ou a transformação da União Europeia (UE) num bloco político-militar belicista complementar à NATO, sempre ao serviço dos interesses das grandes potências e respetivos complexos militares-industriais”, defende o partido.

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O PCP acrescenta também que o caminho para a paz “exige o imediato fim do massacre e genocídio do povo palestiniano levado a cabo pelo Governo sionista de Israel, a instauração de um cessar-fogo imediato e permanente, a ajuda humanitária ao povo palestiniano e a criação do Estado da Palestina soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental”.

“O caminho para a paz exige que os Estados Unidos da América, a NATO e a UE abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente com a Federação Russa, visando alcançar uma solução política para o conflito” na Ucrânia, defende também o partido.

Para os comunistas, a paz passa pela “solução pacífica dos conflitos internacionais, bem como pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, pela dissolução dos blocos político-militares, pelo estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos”.

“O caminho para a paz passa igualmente por uma política externa nacional de acordo com os princípios da Constituição da República Portuguesa, e não, como tem sucedido com sucessivos governos, pelo alinhamento e submissão à estratégia de confrontação dos EUA, da NATO e da UE”, refere-se.

79 anos depois de, em 9 de maio de 1945, a Alemanha nazi ter capitulado perante a União Soviética, o PCP defende que é fundamental que, para que “tal barbárie jamais aconteça, que não se deixe que se esconda e faça esquecer quais os interesses de classe que estiveram por detrás do nazifascismo, assim como os seus hediondos crimes”.

“Aqueles que hoje procuram ocultar e branquear o que foi o fascismo — incluindo os 48 anos de ditadura terrorista em Portugal — e que sob o anticomunismo escondem as conceções e os projetos mais reacionários e antidemocráticos, só devem merecer a firme denúncia e a clara rejeição dos seus intentos por parte dos democratas”, sublinha-se.

O PCP destaca ainda o papel da coligação dos países Aliados na derrota da Alemanha nazi, e em particular o “contributo decisivo” da União Soviética, que “determinou o curso da guerra e permitiu libertar a humanidade do nazifascismo”.