O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, garantiu esta terça-feira que “nenhum episódio, qualquer que ele seja”, poderá afetar as relações entre Portugal e São Tomé e Príncipe.
“Para nós, São Tomé e Príncipe é um parceiro fundamental e, portanto, [a cooperação] não vai sofrer com nenhum episódio, qualquer que ele seja”, disse Rangel, em Madrid, em resposta a perguntas dos jornalistas sobre declarações que fez recentemente sobre o acordo de cooperação militar entre São Tomé e Moscovo.
Paulo Rangel considerou que as declarações que fez foram descontextualizadas e que “parte do ruído que se faz não tem razão de ser”.
O ministro defendeu que manifestou “alguma preocupação” com o acordo entre São Tomé e Príncipe e a Rússia, por ser “um pouco inesperado”, depois de ter dito “sete ou oito vezes” que “evidentemente São Tomé é um Estado soberano”.
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Rangel sublinhou que disse ainda que “não é novidade nenhuma” que outros países lusófonos sempre tiveram relações, incluindo de cooperação militar, com a União Soviética e depois com a Rússia e por isso muitos deles possuem material desses tempos que precisa de reparação e peças para manutenção e atualização.
“Os canais estão, todos eles, a funcionar. Falei com o ministro dos Negócios Estrangeiros [de São Tomé e Príncipe], várias entidades portuguesas têm falado com São Tomé e, portanto, há uma coisa que posso dizer, a cooperação com São Tomé, essa, é que não vai sofrer nisto”, afirmou.
Rangel acrescentou que, “evidentemente, entre dois bons amigos ou dois países irmãos”, pode também falar-se “sobre os assuntos que às vezes exigem alguma clarificação”.
“Isto deve ser visto com naturalidade e não com como aquilo que antigamente se chamavam irritantes”, afirmou, referindo-se a uma expressão do anterior presidente da Assembleia da República, o socialista Augusto Santos Silva.
Paulo Rangel esteve esta terça-feira em Madrid para uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares.