As autoridades britânicas revelaram esta sexta-feira que há 46 casos confirmados de infeções por um parasita detetado na água potável na cidade de Brixham, no sul de Inglaterra. Há registo de pelo menos outras 100 pessoas com sintomas da doença, que provoca diarreia e vómitos.

A Agência de Segurança e Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) disse que espera um aumento de casos nos próximos dias, que são provocados por um parasita chamado cryptosporidium, capaz de infetar humanos e animais.

O parasita terá contaminado o fornecimento de água local, assegurado pela empresa South West Water, que nos últimos dias disse que localizou a fonte do surto. Em declarações à Sky News, uma porta-voz confirmou que a situação foi provavelmente provocada por uma  válvula que se terá partido e que terá sido contaminada por fezes de animais.

Desde o início do surto cerca de 16.000 casas e negócios na área de Brixham foram aconselhados a não usar água da torneira para beber sem a ferver primeiro. A situação obrigou inclusivamente ao fecho temporário de uma escola primária na região, por não conseguir assegurar água potável segura.

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De acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a transmissão desta infeção “ocorre por via fecal-oral, por ingestão de alimentos ou de água contaminados por oocistos, pelo contacto entre pessoas ou entre animais e pessoas”. A infeção foi detetada pela primeira vez nos anos oitenta, particularmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, como um problema nas águas e, desde então, vários países têm descrito surtos de criptosporidiose.

A doença é caracterizada por sintomas como dores de estômago, diarreia e vómitos e febre ligeira, que tipicamente se prolongam durante duas semanas, podendo a hospitalização ser necessária. A maior parte das pessoas recuperam com descanso e hidratação, mas a infeção pode ser mais perigosa para pessoas imunodeprimidas.

À BBC, Paul Hunter, professor de medicina na Universidade de East Anglia, disse que o parasita pode estar no período de incubação até duas semanas. “Mesmo se já tiverem parado todas as novas infeções, podemos esperar ver mais casos pelo menos durante mais dez dias a duas semanas”, antecipou.