Há 15.000 unidades dos modelos Citroën C3 e DS3, fabricados entre 2009 e 2017, a circular em Portugal equipados com airbags da Takata que podem estar defeituosos, entre os 600.000 que circulam por esse mundo fora. O risco de explosão é real e os ferimentos dos ocupantes são garantidos, isto se uma destas unidades insufladoras do airbag for activada intempestivamente e sem motivo. Para o evitar, a Stellantis, o segundo maior grupo automóvel europeu, que integra a Citroën e a DS, pede aos proprietários dos veículos em causa que parem os seus automóveis, contactem a marca através do site oficial e solicitem uma visita urgente à oficina.
Airbags Takata. Pesadelo pode atingir 65 milhões de veículos
Ambos os construtores já contactaram os clientes dos C3 e DS3 em risco, através de carta registada, na qual são informados como proceder e solicitar uma visita à oficina mais próxima, através de um código QR. Mas todos os que se tornaram proprietários em segunda mão destes modelos, sejam eles adquiridos no nosso país ou no estrangeiro, devem proceder da mesma forma, suspendendo a utilização do veículo e contactando o representante do fabricante em Portugal para solicitar a intervenção na oficina a que têm direito. E a Stellantis assegura mesmo que, além da “reparação adequada”, se compromete a estudar “opções de mobilidade alternativa”, de acordo com o comunicado.
Se Takata é um nome que não lhe soa familiar é porque desconhece a empresa japonesa que praticou um dos maiores crimes da história contra a indústria automóvel e a milhões de clientes. A companhia era um dos maiores fornecedores mundiais de airbags e, apesar de saber que alguns (muitos) estavam defeituosos, continuou a vendê-los aos fabricantes de automóveis e a lucrar com isso. Estima-se que existam bem acima de 100 milhões de veículos equipados com airbags da Takata defeituosos, cujos insufladores já provocaram mais de 50 mortos e cerca de 400 feridos graves, utilizadores de veículos construídos pela esmagadora maioria das marcas que operam no mercado, podendo ver aqui algumas notícias relativas à BMW, Ferrari, Ford, Honda, Mazda, Mercedes, Nissan, Porsche, Toyota e Volkswagen.
De acordo com a Stellantis, dos 15.000 veículos envolvidos neste recall em Portugal, 2500 já foram reparados, vendo os respectivos airbags substituídos. A caixa metálica do insuflador onde se encontram os químicos responsáveis pela combustão acelerada, que gera os gases que acabam por insuflar a almofada do airbag, pode deteriorar-se em alguns casos. Esta degradação é acelerada sobretudo em climas quentes e húmidos, levando a que em determinadas situações a caixa metálica permita a entrada de humidade. Esta, em contacto com o nitrato de amónio, cria um ambiente volátil que pode provocar uma explosão.