A Rússia iniciou um exercício militar com armas nucleares táticas na fronteira com a Ucrânia, anunciou esta terça-feira o Ministério da Defesa russo, alegando que se trata de uma resposta a ameaças do Ocidente.
Segundo o executivo de Moscovo, o exercício corresponde a uma ordem dada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, no início de maio, na Região Militar Sul, na fronteira com a Ucrânia, e abrange regiões ucranianas anexadas.
“A primeira fase de exercícios […] sobre a preparação e utilização de armas nucleares não estratégicas já começou”, afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O Ministério da Defesa explicou que, durante esta fase, os soldados russos treinam o transporte de “munições especiais” em baterias de mísseis Iskander, e também a sua movimentação “de forma oculta” para zonas de tiro. Esses exercícios envolvem a aviação e mísseis hipersónicos Kinzhal.
A imprensa russa revelou um vídeo do momento. No comunicado , o Ministério da Defesa russo justifica os exercícios nucleares com as “declarações provocativas e ameaças de alguns dirigentes do Ocidente contra a Federação Russa”.
Exercises to practice the deployment of nuclear weapons have started in russia. At the second stage, Belarus plans to join them, — the Ministry of Defense of the russian Federation
— Jürgen Nauditt ???????????????? (@jurgen_nauditt) May 21, 2024
Experts assess russia's next nuclear drills as part of a cycle of constant intimidation and… pic.twitter.com/TNnBcgZZRj
Para além disso, os exercícios nucleares têm como objetivo “manter a prontidão do equipamento do uso de combate de armas nucleares táticas”. O objetivo é que este armamento consigam garantir a “integridade territorial e soberania do Estado russo”.
Vladimir Putin ordenou a realização destes exercícios nucleares no início de maio, em resposta, segundo o Kremlin, às ameaças ocidentais, nomeadamente à possibilidade levantada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, de enviar tropas para a Ucrânia.
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Vladimir Putin tem falado veementemente sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas no verão de 2023 na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo, que também anunciou em maio um exercício sincronizado com Moscovo para verificar os seus lançadores.
A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armamento convencional “ameaçando a própria existência do Estado”.