O cabeça de lista do Livre às europeias trouxe esta quinta-feira África e o Brasil para a campanha e defendeu a “descolonização” dos acordos comerciais entre a União Europeia e outros países, considerando que ainda refletem “olhar paternalista”.
O debate, no atelier “A Fábrica”, em Coimbra, era sobre diversidade cultural na União Europeia e contou com representantes do Observatório da Cidadania e Intervenção Social, do Centro de Estudos Sociais e da Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros da Universidade de Coimbra.
Entre os relatos, Francisco Paupério ficou a conhecer melhor as dificuldades dos estudantes internacionais na cidade e ouviu um apelo: falar mais sobre os países africanos mesmo quando estão em causa eleições para o Parlamento Europeu.
Foi isso mesmo que fez quando defendeu a “descolonização” dos acordos comerciais entre a União Europeia e, sobretudo, os países africanos e sul-americanos.
“É importante a forma como a União Europeia se posiciona nestes acordos e o que temos visto é que ainda há muito um olhar paternalista e sobranceiro sobre estas pessoas que impõe, muitas vezes, as nossas medidas”, justificou.
Com “descolonização”, continuou Paupério, o Livre pretende tornar esses acordos mais justos e que tenham em conta as populações locais e não apenas os interesses europeus.
“Que seja uma entidade justa, que lute pela cooperação e pela solidariedade internacional, algo que consideramos que ainda não está a fazer corretamente”, sublinhou.
Por outro lado, o “número um” do Livre às eleições europeias de 9 de junho considerou também que falta coordenação entre as políticas nacionais e as europeias, quando ouviu Patrícia de Marchi, da Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros de Coimbra, a explicar que muitos dos estudantes brasileiros em Portugal depois não conseguem sair do país e conhecer outros estados-membros, incluindo em Erasmus, por atrasos na emissão de documentos.
Europeias. Paupério não se sente abandonado e diz que Livre está unido
Mas mais do que falta de coordenação, Francisco Paupério aponta o dedo à Agência para a Integração, Migrações e Asilo. “É que muitas vezes estas pessoas até estão em condições legais de viajar, mas não podem porque ainda não têm os documentos. Pedimos que a UE tenha mais fundos e que ajude os países que não conseguem ainda lidar com esta burocracia de legalização”, disse o candidato do Livre, criticando também o Governo, para quem esta questão deveria ser uma prioridade, mas “não parece ser”.