O cabeça de lista do MPT — Partido da Terra às europeias dedicou o dia à espiritualidade, com um encontro no Santuário de Fátima, garantindo que vão continuar a acreditar na felicidade e na paz.

“Vamos continuar a acreditar. O Partido da Terra, é um partido com 30 anos. Nós, pela ecologia e pelo humanismo, vamos sempre acreditar. O nosso símbolo é o trevo e vamos continuar a acreditar que o nosso contributo será também para a felicidade do ser humano”, adiantou Manuel Carreira, antes de uma pequena arruada fora dos muros do Santuário, por respeito ao local sagrado.

O candidato salientou que o que os faz mover são eles próprios. “Dado que a nossa campanha é uma campanha temática, a paz e a espiritualidade são o que nos movem no dia de hoje. É muito importante voltarmos às nossas raízes”, acrescentou.

Manuel Carreira entende que o encontro junto ao pedaço do muro de Berlim, que se encontra no recinto do Santuário de Fátima “recorda muito sofrimento”.

“É um muro que tem quase quatro metros de altura, redondo por cima para ninguém ter hipótese de saltar. Construído não de um dia para a noite, mas em cima de arame farpado, posto de um dia para a noite. Dezenas de quilómetros. Temos aqui apenas metro e meio de largura por esses quatro de altura que foram construídos”, constatou.

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Psicólogo de profissão, lembrou o muro “que é construído ao meio de uma família, ao meio de uma casa” e os “filhos que deixam de um dia para outro de poder estar com os pais” e só se encontram “28 anos depois”.

“Não podíamos deixar de pôr no nosso fundo o Santuário e o muro de Berlim, tão enigmático. Não obstante, terem sido dois grandes governantes, Ronald Reagan e Gorbatchov a dar este passo para a paz e para o equilíbrio, foi o nosso Papa, que temos aqui ao lado, João Paulo II, que disse uma coisa: nunca perder a esperança”, recordou.

Admitindo que ainda existem “alguns” muros na União Europeia, Manuel Carreira prefere concentrar-se naqueles que já foram derrubados. “Falando, por exemplo, para os emigrantes, que chegavam às fronteiras e se fosse depois da meia-noite, tinham de ficar lá toda a noite, e o trocar moedas e os câmbios. Hoje deram-se passos gigantescos”, destacou, ao referir que o espaço europeu terá tendência a ultrapassar os 27 membros.

No contacto com os cidadãos, Manuel Carreira desafiou umas jovens a “usar o sexto sentido”. “Somos o número seis na lista. Podem votar em qualquer mesa do país, nas horas devidas. Não esquecer a ecologia, o humanismo e a felicidade do ser humano. São as nossas razões há 30 anos”, comunicou-lhes.

Na ação de campanha encontrou ainda uma angolana, a quem revelou ter acompanhado a independência de Angola. “Os melhores alunos que tive eram angolanos, pela humildade e capacidade de querem aprender. Nunca me esqueci de uma lição em que lhes pedi para desenhar 3+3 e um aluno desenhou três espingardas mais três”, relatou.

O cabeça de lista do MPT às europeias disse ainda que “angolanos, cabo verdianos” e cidadãos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) “são das pessoas que estamos a recrutar no país com direitos e deveres estabelecidos, emprego e casa”. “A nossa prioridade são os PALOP e aqueles que já estão regularizados”, referiu.

A escolha do local de Fátima ficou por explicar, tal como afirmou ser desconhecida a razão por que “Nossa Senhora andou tanto tempo no ar e foi no centro de Portugal que ela decidiu vir”. “Portanto, penso que daqui é um espaço melhor para chegar a todos os portugueses”, rematou.