A retalhista de moda Shein estará a preparar-se para apresentar esta semana a documentação para a entrada em bolsa em Londres, através de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). A informação foi avançada primeiro pela Sky News e depois pela Bloomberg.

Os dois meios de comunicação citam fontes próximas do projeto e mencionam que, com a entrada em bolsa, a Shein poderá ficar avaliada em 50 mil milhões de libras, o equivalente a 75 mil milhões de euros.

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A Bloomberg refere que existe a possibilidade de haver mudanças nestes planos e também da existência de alguma incerteza sobre o resultado final. A confirmar-se a chegada da retalhista chinesa à bolsa britânica, seria um dos maiores IPO do Reino Unido.

A Shein foi criada na China mas há alguns anos mudou a sede fiscal para Singapura. De qualquer forma, a ligação à China, um mercado onde a retalhista nunca vendeu, já pesou nos planos da empresa. Inicialmente, a ambição da Shein passaria por Wall Street, mas a tensão entre Washington e Pequim ditou a mudança de planos. Em fevereiro, a Bloomberg avançou que a Shein estaria a olhar para a bolsa de Londres depois de perceber a baixa probabilidade de receber luz verde do regulador da bolsa norte-americana, a SEC.

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A Shein ainda precisa de aprovação do regulador dos mercados chinês para poder avançar com o IPO. Desde o ano passado que existem regras que obrigam as empresas chinesas a pedir autorização ao regulador se quiserem ver as suas ações negociadas em mercados fora da China.

A aproximação das eleições britânicas, que estão marcadas para 4 de julho, terá feito ressurgir as conversações sobre um IPO em Londres. A imprensa britânica já avançou que Donald Tang, o líder da Shein, já terá tido várias reuniões com políticos trabalhistas, que estão à frente nas sondagens mais recentes.

A Shein tornou-se conhecida pela venda de roupa a preços baixos através da internet e por uma série de polémicas ligadas à imitação do trabalho de pequenos e grandes criadores. A questão das condições laborais dos trabalhadores dos armazéns da Shein, capaz de produzir peças em escala de uma forma muito rápida, e da obtenção de matérias-primas também é controversa. Tal como outras fast fashion, a Shein tem estado no centro de uma polémica devido ao uso de algodão vindo da região chinesa de Xinjiang. Esta região é a maior produtora de algodão da China, mas há suspeitas de violação dos direitos humanos da minoria Uighur, que é sujeita a trabalhos forçados na indústria da apanha do algodão.

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