A cabeça-de-lista do Reagir Incluir e Reciclar (RIR) às eleições europeias defendeu esta segunda-feira a convergência salarial de Portugal com os restantes países europeus para estancar a saída de jovens qualificados.
“Temos de aproveitar os fundos europeus para conseguir alavancar a nossa economia, porque só assim vamos conseguir que os jovens fiquem em Portugal e não saiam à procura de melhores salários”, disse à agência Márcia Henriques.
A cabeça de lista, que falava após uma reunião com o reitor da Universidade de Coimbra, salientou que o país precisa de “investir e solidificar a economia” para conseguir segurar os jovens no território nacional.
Salientando que esta questão é uma das prioridades do RIR, a candidata reconheceu, no entanto, que a convergência salarial dentro dos Estados membros da União Europeia é difícil e não será feita “de um dia para o outro”. “Mas, se quisermos uma União Europeia coesa e forte, não podemos ter tantas realidades distintas e, portanto, faz todo o sentido caminharmos para essa convergência”, insistiu Márcia Henriques.
O RIR está convencido de que a convergência salarial só vai acontecer quando a União Europeia estabelecer essas metas, caso contrário “vai estar indefinidamente à espera de que o Governo tome medidas para que o poder de compra dos portugueses aumente”.
Se não houver trabalho bem remunerado [de acordo com as qualificações], os nossos jovens vão todos embora e vamos ficar no país do ordenado mínimo e dos serviços a albergar migrantes que vêm à procura de melhor qualidade de vida e, muitos, acabam explorados”, antevê a candidata.
Na reunião desta tarde, a habitação foi outro dos temas abordados entre o reitor da Universidade de Coimbra e Márcia Henriques, que considera tratar-se de um problema global e não apenas da comunidade universitária.
Para a candidata, a falta de habitação em Portugal só se vai resolver com uma intervenção estatal, que pode passar pelo Estado construir casas a custos controlados, que permita reequilibrar o mercado.
O fundador do partido RIR, Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, acompanhou a cabeça de lista Márcia Henriques e, no final, deslocou-se sozinho a um acampamento estudantil do movimento Coimbra pela Palestina em frente à Faculdade de Letras para expressar a sua solidariedade pela causa.
Em Portugal, as eleições europeias realizam-se em 9 de junho e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.