O casamento que pôs o Reino Unido em contagem decrescente nas últimas semanas foi selado com o “sim” numa cerimónia ao bater do meio dia. O duque de Westminster, Hugh Grosvenor, casou-se esta sexta-feira, 7 de junho, com Olivia Henson na Catedral de Chester. Dentro do templo cerca de 400 convidados, ente eles o príncipe William e a princesa Eugenie assistiram à cerimónia. Nas ruas fechadas ao trânsito eram muitas as pessoas que se acumularam para ver e fotografar os noivos, assim como muitos agentes de segurança, fazendo este parecer um casamento da realeza. A noiva usou uma tiara Fabergé da família Grosvenor que remonta a 1906. O vestido é da designer Emma Victoria Payne. Entre o ambiente de festa houve ainda protestos climáticos e duas pessoas detidas.

A noiva chegou à Catedral de Chester acompanhada pelo pai num Bentley de 1930. Antes entraram as três pequenas damas que são as sobrinhas do noivo, ou seja, filhas do irmão de Hugh Grosvenor. Olivia Henson usou um vestido da designer Emma Victoria Payne, em crepe de seda em tom marfim conta com motivos florais do véu. A peça com decote barco, manga francesa, parece à primeira vista um modelo clássico, mas enquanto a noiva entrava na catedral foi possível ver a abertura nas costas e uma cauda de dois metros.

O véu também é uma criação de Emma Victoria Payne e conta com um bordado criado especialmente pela designer de forma a incorporar os motivos florais de um véu da família da noiva, usado por volta de 1880 pela trisavó de Olivia Henson, conta a Tatler. E o Telegraph acrescenta que o véu contava ainda com as iniciais dos noivos e a data do casamento. A designer acompanhou a noiva na entrada da catedral e esteve em grande duelo contra o vento a tentar manter o vestido e o véu direitos e estáveis. Payne está sediada em Londres e é conhecida por desenhar vestidos de noiva para a alta sociedade. Estudou na famosa Central Saint Martins, trabalhou com John Galliano em Paris e na Levi Strauss em Bruxelas. Abriu a sua loja de vestidos de noiva em 2010.

Quanto às joias, a noiva recorreu aos cofres da família Grosvenor. Olivia usou a tiara folhas de murta criada pela casa Fabergé para a família em 1906. Foi esta tiara que a irmã do noivo usou quando se casou em 2004. A joia foi encomendada para o casamento do lord Hugh Grosvenor (um antepassado com o mesmo nome do atual noivo) com lady Mabel Crichton, em 1906. Segundo o site The Court Jeweller, a peça foi feita por um joalheiro finlandês, Albert Holmström, nos ateliers da Fabergé. Este artesão terá feito também vários dos famosos ovos de Páscoa da joalheira. A família Grosvenor terá uma vasta coleção de tiaras. A mãe do noivo, por exemplo, usou uma joia diferente no seu casamento com o duque.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sobre os acessórios da noiva, a bainha do vestido deixou também ver os sapatos azuis escuros em veludo de seda Silvia Lago, que podem ser a parte da tradição que leva as noivas a usar “algo azul”. As flores no ramo da noiva foram colhidas em Eaton Hall, a propriedade da família do noivo onde as celebrações do casamento continuam depois da cerimónia.

[Já saiu o quarto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio e aqui o terceiro episódio]

O casamento contou com um espetáculo inesperado. Entre as muitas pessoas que aguardavam à porta da catedral para ver sair os noivos estavam também manifestantes que gritaram “Just Stop Oil”, o nome da organização que se manifesta contra as alterações climáticas. Num vídeo publicado pelos próprios na sua conta na rede social X, pode ver-se um extintor no ar a libertar um gás cor de laranja, enquanto ao fundo se vêem os noivos e os convidados a sair da catedral. É possível ver também duas mulheres (com 69 e 73 anos) serem levadas pela polícia que viria a confirmar ter feito duas detenções por suspeita de ofensas à ordem pública.

Hugh Grosvenor, o noivo, chegou à catedral num Land Rover Defender verde escuro e acompanhado por três padrinhos. Foi recebido pelo reverendo Tim Stratford, de Chester, que celebrou a cerimónia. A família do noivo, a mãe Natalia Grosvenor e duquesa viúva, e as irmãs, lady Edwina, lady Viola e lady Tamara, chegaram as quatro juntas à catedral e vestidas com looks em tons de rosa e vermelho.

Depois da cerimónia os noivos foram os primeiros a sair da catedral, acenaram ao público e deram um beijo para satisfação de todas as pessoas que estiveram à espera para os ver.

As flores foram um elemento importante neste casamento, já que grande parte foi colhida na propriedade do duque e o casal fez questão que fossem empresas com preocupações de sustentabilidade a tratar. Depois do casamento o plano é transformar as flores em ramos e entregar em entidades de solidariedade locais. A entrada da catedral tinha uma enorme moldura de flores e vegetação que contrastava com a pedra em tom de castanho da construção.

O príncipe William assumiu o função de ser um dos anfitriões dos convidados do casamento, pela sua proximidade ao noivo e foi uma das primeiras pessoas a chegar à catedral. Depois os cerca de 400 convidados foram chegando em pequenas carrinhas. Nos meses anteriores muito se especulou se William e Harry iriam coincidir no casamento do amigo que têm em comum, mas há algumas semanas ficou a saber-se que apenas o irmão mais velho estaria presente. O príncipe de Gales não foi, no entanto, o único membro da família real a estar presente, já que a prima, a princesa Eugenie, também foi convidada nesta cerimónia.

Ruas fechadas, uma série de polícias a garantir a segurança do acontecimento e centenas de pessoas a emoldurar o caminho deram a este casamento um ar de boda real. De telemóvel em punho, com cadeiras e em jeito de programa com companhia, muitos britânicos quiseram fazer parte deste evento, apesar do vento que fez o ambiente frio.

Os correspondentes da imprensa britânica no local foram partilhando vídeos nas redes sociais da chegada dos protagonistas.

O casamento do ano no Reino Unido. O que se sabe da boda social, real e sustentável do duque de Westminster com Olivia Henson

Os noivos conheceram-se em 2021 quando foram apresentados por amigos em comum e, depois de dois anos de namoro, o duque pediu a sua amada em casamento na casa de família, Eaton Hall. O anúncio do noivado chegou à comunicação social em abril de 2023.

Hugh Grosvenor tem 33 anos, é o 7º duque de Westminster e é um dos homens mais ricos da Grã-Bretanha. É o terceiro de quatro filhos, o único rapaz e o último a casar. Tem duas irmãs mais velhas, lady Tamara e lady Edwina, e uma mais nova, lady Viola. Depois da faculdade, juntou-se ao negócio da família e esteve a trabalhar em locais como San Francisco e Hong Kong. É amigo dos príncipes William e Harry e padrinho de batismo dos primogénitos de ambos, ou seja dos príncipes George e Archie, e é também afilhado do Rei.

Em 2016, quando o pai morreu subitamente com um ataque cardíaco, herdou o título, tornando-se o 7º duque de Westminster aos 25 anos, e o grupo que gere as propriedades da família. Ainda este mês de maio o jornal Sunday Times publicou a lista das pessoas mais ricas do Reino Unido e lá estava Hugh Grosvenor como a pessoa mais rica do país com menos de 40 anos.

A noiva chama-se Olivia Henson e tem 31 anos. A futura duquesa de Westminster estudou no Marlborough College, o mesmo que Kate Middleton também frequentou. Depois continuou com estudos hispânicos e italianos em Dublin, no Trinity College. Já no mercado de trabalho em empresas relacionadas com alimentação e sustentabilidade.