O concelho de Mafra, no distrito de Lisboa, não regista quaisquer casos de pessoas em situação de sem-abrigo, mas a Câmara Municipal defende que tem de haver uma resposta concertada entre todos os municípios e está disponível para ajudar.
“A 31 de dezembro de 2023, reportando-me à estratégia nacional para a integração de pessoas em situação de sem-abrigo, tínhamos sete pessoas em situação de alojamento precário, mas em situação de sem-abrigo propriamente dito, a pernoitar na rua, à data de hoje não se verifica ninguém”, disse à agência Lusa a vice-presidente do município, Aldevina Rodrigues (PSD).
Segundo a autarca, “quando é identificada uma qualquer situação de uma pessoa que se encontre em situação de sem-abrigo, a equipa está imediatamente na rua para se disponibilizar a trabalhar com essa pessoa em ordem à alteração da sua situação”.
Apesar de a realidade ser diferente da de outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, a também vereadora da Ação Social e Habitação defendeu que o problema das pessoas em situação de sem-abrigo tem que preocupar todos, sendo urgente resolver a questão.
O problema, defendeu, “carece, sem qualquer tipo de dúvida, de uma intervenção multidisciplinar concertada entre os municípios”.
“Obviamente que Mafra estará completamente disponível para apoiar em tudo aquilo que se considere necessário e que seja obviamente útil para a resolução dessa situação”, adiantou a vice-presidente.
Questionada sobre a eventual localização de um centro de acolhimento a pessoas sem-abrigo, a vice-presidente respondeu que “Mafra sempre teve disponível para tratar de todas as situações de pessoas sem-abrigo e efetivamente será avaliado em data oportuna e com os elementos que tiver à data e de forma responsável e exequível aquilo que puder ser feito”.
Em 10 de maio, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), convidou os autarcas dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para um encontro para discutir medidas para contrariar este fenómeno.
No entanto, apenas os presidentes de Oeiras, Isaltino Morais (independente), e de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), compareceram, enquanto outros três — Barreiro (PS), Almada (PS) e Seixal (CDU) — fizeram-se representar por vereadores ou técnicos que acompanham a problemática.
No final do encontro, Carlos Moedas anunciou que as câmaras de Lisboa, Oeiras e Cascais querem avançar com uma ‘task force’ e criar centros de acolhimento para integrar as pessoas em situação de sem-abrigo que existem na área metropolitana.
Fazem parte da AML os concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.