A Rússia vai realizar exercícios militares na zona das Caraíbas nas próximas semanas, avança esta quinta-feira a agência de notícias Associated Press, que confirmou as informações inicialmente divulgadas pelo jornal Miami Herald junto a dirigentes norte-americanos.
O exercício militar vai implicar a mobilização de navios de guerra e aeronaves, contando com o apoio de Cuba e da Venezuela, dois aliados da Rússia.
Por sua vez, o governo de Cuba confirmou esta quinta-feira que chegarão a 12 de junho três navios e um submarino ao porto de Havana, na sequência das notícias sobre os exercícios militares russos nas Caraíbas. Numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros citada pela agência EFE, Cuba diz que esta “visita” mostra “as relações histórias amistosas entre Cuba e a Federação Russa e está de acordo com as regulações internacionais”.
O ministério dos Negócios Estrangeiros cubano revelou que quatro navios atracarão no porto de Havana: a fragata Gorshkov, o submarino com capacidade nuclear Kazan, a frota petroleira Pashin e o rebocador Nikolai Chiker.
Não há, contudo, qualquer menção aos exercícios militares russos na zona das Caraíbas na nota. Mesmo assim, o governo de Cuba quis deixar claro que “nenhum dos navios possui armas nucleares”, o que significa, prossegue, que a “escala” dos navios em Havana não “representa nenhuma ameaça para a região”. “As visitas de unidades navais de outros países é uma prática histórica”, recorda a diplomacia cubana.
Em relação aos exercícios militares, a Rússia não avisou antecipadamente os Estados Unidos de que os levaria a cabo, mas Washington já assegurou que os vai monitorizar. As autoridades norte-americanas não estão, ainda assim, preocupadas.
De acordo com a Associated Press, os dirigentes norte-americanos acreditam que estes exercícios militares “certamente” fazem parte da retaliação russa contra o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. Recentemente, Washington permitiu que armas norte-americanas fossem usadas para atacar território russo. É também uma forma de a Rússia mostrar o poderio da sua marinha, acreditam os mesmos responsáveis.