Tal como acontece com os principais clubes da Europa, também no Borussia Dortmund existe um bairro de luxo específico, mais ou menos próximo do estádio e do centro de treinos, onde a larga maioria dos jogadores da equipa principal vive e faz a vida. No caso do clube alemão, o bairro chama-se Phoenix-See e fica a 15 quilómetros do Signal Iduna Park: e, entre as ruas recheadas de mansões, existe “Carlos”, restaurante que leva o nome do dono.

Carlos é filho de portugueses naturais de Braga que emigraram para Dortmund e já nasceu na cidade alemã. A mulher de Carlos é filha de portugueses naturais de Lisboa que emigraram para Dortmund e também já nasceu na cidade alemã. Há 25 anos e quando ambos também tinham cerca de 25 anos, decidiram abrir um restaurante muito tradicional, de carne, peixe e frango assado — atualmente têm cinco e um deles fica em Phoenix-See, sendo o preferido dos jogadores do Borussia Dortmund.

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Em entrevista ao jornal ABC — em castelhano perfeito, já que cresceu num bairro que também tinha emigrantes espanhóis –, Carlos conta que nos últimos 25 anos serviu antigas lendas do Borussia Dortmund, como Lewandowski, Götze e Kehl, jogadores que deixaram uma marca mais recentemente, como Witsel, Hakimi e Gündoğan, elementos do último plantel, como Hummels, Reus e Adeyemi, e ainda treinadores, como Klopp e Terzić.

“Um dos poucos que nunca apareceu foi o Haaland. Tal como agora o Julian Ryerson, que também é norueguês. Os escandinavos devem comer coisas esquisitas”, brinca o dono do restaurante, que não está propriamente enganado. Afinal, o avançado do Manchester City já revelou várias vezes que tem uma dieta baseada em fígados e corações de vaca e batidos de espinafres e couve kale.

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Jude Bellingham, por sua vez, também nunca entrou no “Carlos” — mas mais por não poder do que propriamente por não querer. “Sempre que me via na rua dizia-me ‘Carlos, já sei que o teu frango assado é muito bom, tenho de ir lá’, mas nunca apareceu. Era muito novo, menor de idade na primeira temporada. Estava muito protegido e pela mãe e continua a estar, dá para ver mesmo em Madrid, não se separa dela e são muito caseiros”, explica o dono do restaurante, recordando que o médio inglês tinha 17 anos quando chegou à Alemanha.

Carlos contou ainda que Hummels pedia comida para casa, principalmente depois de um divórcio que foi muito mediático na Alemanha, e que Jadon Sancho também era fã das entregas ao domicílio. Jurgen Klopp, por outro lado, aparecia mesmo no restaurante e avisou Carlos de que o seu sucessor, Thomas Tuchel, não teria o mesmo hábito. “Avisou-me logo que o Tuchel era muito esquisito com a comida e que nunca iria aparecer. E a verdade é que nunca o vi”, sublinha.

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A proximidade com o Borussia Dortmund e os jogadores ao longo dos últimos 25 anos levou Carlos a assumir um novo papel. Atualmente, trabalha diretamente com Alejandro Camaño, dono da Footfeel Internacional Sports Management que representa Hakimi, Lautaro ou Borja Mayoral, e ajuda a agência na integração de jovens que assinam pelos alemães.

“Tudo começou com o Hakimi. Quando chegou, em 2018, ajudei-o com os papéis, com a procura da casa, levei-o a muitos sítios, a minha mulher fazia a comida para ele… Bem, era quase como um pai e foi assim que o Camaño começou a trabalhar comigo. Não é a minha profissão, mas gosto muito de os ajudar”, atirou, revelando que atualmente está a fazer o mesmo com Guillermo Bueno, espanhol de 21 anos que está na equipa B.