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O porta-voz do exército israelita equiparou nesta quarta-feira a afirmação de que se pode “fazer desaparecer o Hamas” a “lançar areia para os olhos”, o que lhe valeu uma reprimenda quase imediata da parte do governo.

O Hamas é uma ideologia. Não se elimina uma ideologia. Dizer que vamos fazer desaparecer o Hamas é lançar poeira para os olhos das pessoas”, disse o contra-almirante Daniel Hagari em entrevista à estação televisiva israelita 13.

Com o governo israelita a aparecer dividido, desde há semanas, quanto ao futuro da Faixa de Gaza, Hagari acrescentou: “Se não se prevê uma alternativa, no fim de contas, vamos ter o Hamas” no poder na Faixa de Gaza.

Em reação rápida, com um texto lacónico, o governo reagiu: “A destruição das capacidades governamentais e militares do Hamas é um dos objetivos de guerra definidos pelo gabinete de segurança, presidido pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu”, segundo um texto do gabinete deste.

Pouco depois, foi a vez do exército reagir, com um comunicado em que sustenta que o seu porta-voz tinha “nas suas afirmações […] falado da destruição do Hamas como ideologia e ideia”, acrescentando que as suas declarações tinham sido “claras e explícitas” e que “qualquer outra interpretação correspondia a tirar as cosias do seu contexto”.

Quando os EUA procuram concretizar uma trégua que permita a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza em troca da dos palestinianos detidos por Israel, Netanyahu não pára de dizer que vai continuar a guerra até à eliminação do Hamas.

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