Qualquer bola na área, fora da área, mais descaído para a direita ou para a esquerda ou vinda num esquema tático é uma bola para Cristiano Ronaldo tentar marcar. É assim agora, é assim há duas décadas. Foi isso que se viu mais uma vez com a Turquia, mesmo com uma exibição falhada a nível de finalização com pelo menos dois lances de cruzamentos em que o avançado tinha condições para fazer melhor mas o desvio de cabeça não saiu enquadrado com a baliza. O facto de ter a família num dos camarotes do estádio de Dortmund ainda aumentava essa vontade de fazer a estreia com golos neste Europeu mas acabou por não acontecer.

A teoria da evolução começou em Pepe, foi até Ronaldo e não se faz velha (a crónica do Turquia-Portugal)

Quer isso dizer que foi um jogo mau para Ronaldo? Não. Não porque Portugal ganhou e garantiu o primeiro lugar do grupo, o que permitirá uma maior rotação no encontro com a Geórgia e outra “frescura” em termos físicos para os oitavos. Não porque a exibição melhorou e muito em relação à partida com a Rep. Checa. Não porque, apesar de novo encontro sem marcar, o avançado conseguiu bater mais um recorde.

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Essa marca aconteceu até da forma mais improvável: depois de um grande passe para as costas da defesa da Turquia, que estava desalinhada pelo posicionamento de Çelik no lado direito, Ronaldo conseguiu surgir isolado na área só com o guarda-redes pela frente mas preferiu dar ao lado em Bruno Fernandes para, de forma calma, encostar para o 3-0 final. Mais uma assistência em fases finais de Europeu, mais um registo para a história: com esse passe para golo, o capitão da Seleção tornou-se o jogador com mais assistências na competição, igualando o checo Karel Poborsky nessa lista particular de recordes.

Já antes, na partida com a Rep. Checa, Ronaldo, que voltou a cumprir os 90 minutos, tinha batido outra marca, tornando-se o primeiro de sempre a participar em seis fases finais de Campeonatos da Europa, num registo que se somou a vários outros recordes que já antes tinha alcançado desde 2004.

Tinha seis recordes, bateu mais um e há cinco à espera (e outros dois “impossíveis”): Ronaldo é o primeiro a jogar em seis Europeus

  • Mais minutos jogados em fases finais de Europeus: 2.213
  • Mais jogos realizados em fases finais de Europeus: 27
  • Mais titularidades em encontros em fases finais de Europeus: 25
  • Mais jogos a marcar em fases finais de Europeus: 10
  • Mais encontros a bisar em fases finais de Europeus: 4
  • Mais vitórias alcançadas em fases finais de Europeus: 14

Ainda assim, e daqui para a frente, continua a existir mais alguns recordes possíveis por atingir, sendo de excluir a possibilidade de por exemplo chegar aos dez golos numa fase final como Michel Platini em 1988.

  • Em caso de golo, passaria a ser o primeiro a marcar em seis edições de Europeus
  • Em caso de golo, passaria a ser o mais velho a marcar em Europeus (superando Ivica Vastic)
  • Em caso de assistência, passaria Poborsky como jogador com mais passes para golo em Europeus (8)

  • Em caso de ser MVP, passaria a ser o jogador com mais distinções em Europeus (7, superando Iniesta)
  • Em caso de Portugal chegar à final, passaria a ser o primeiro jogador com três decisões em Europeus