Um dos suspeitos da violação coletiva de uma criança judia de 12 anos em França será de origem portuguesa. A notícia é avançada pelo jornal Le Figaro e o Europe 1, que citam fontes próximas do processo e que referem que o rapaz, também de 12 anos e que se teria convertido recentemente do cristianismo ao islamismo, teria estado numa relação com a vítima até descobrir que esta teria mentido sobre a sua religião e fingido ser muçulmana.

O caso, que aconteceu em Courbevoie, nos arredores de Paris, foi conhecido em junho. Segundo a imprensa francesa, a rapariga foi arrastada para um local escondido e violada por dois rapazes de 12 e 13 anos, enquanto um terceiro terá assistido sem intervir. Os agressores terão chamado a menina de “porca judia” e o ex-namorado alegadamente de origem portuguesa terá ainda aproximado um isqueiro do rosto da rapariga e ameaçado queimá-la.

Violação em grupo de rapariga judia de 12 anos gera indignação em França. Macron exige “tempo de discussão” sobre racismo nas escolas

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“Ele criticou-a por ser contra a Palestina e apoiar Israel. O tema de Israel foi uma constante durante toda a agressão. Ele não suportava a ideia de que ela era judia”, revelou o advogado da família da vítima em entrevista ao Le Figaro.

O mesmo jornal relata que o agressor e a vítima teriam iniciado uma relação em maio deste ano. No início a jovem terá fingido ser muçulmana. Uma precaução que, explicou depois da violação, tomou para “se proteger” e “evitar agressões” já que depois dos ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro era perseguida na escola.

O rapaz, que não tinha antecedentes criminais, é acusado de agressão sexual, violência, ameaças de morte e insultos por motivos religiosos. Foi colocado numa casa de proteção judicial para menores.

O caso gerou uma onda de indignação em França. Na altura o Presidente francês, Emmanuel Macron, sublinhou a necessidade de um “tempo de discussão” sobre o racismo e o antissemitismo nas escolas.