O estatuto joga a favor da Alemanha. O facto de o Campeonato da Europa ser em solo germânico joga a favor da Alemanha. A presença de Manuel Neuer na baliza também joga a favor da Alemanha. Contudo, com o início da fase a eliminar, há que carimbar todo esse favoritismo rumo a Berlim. O primeiro obstáculo não se perspetiva fácil e dá pelo nome de Dinamarca, uma das seleções que mais cresceu nos últimos anos e tornou-se na grande surpresa do último Europeu, caindo apenas na meia-final e no prolongamento.

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Para o jogo deste sábado, a seleção alemã entra em campo como favorita. O estatuto assim o indica, assim como a campanha no Europeu até ao momento. A mannschaft foi a primeira equipa a garantir o apuramento para os oitavos de final e terminou a fase de grupos com sete pontos, o segundo melhor registo, apenas superado pela Espanha. Pela frente vai estar uma Dinamarca que passou como uma das melhores terceiras classificadas, empatando os três jogos de um grupo C “morno” e sem grande história.

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Quando, no final de maio, o selecionador Julian Nagelsmann revelou a convocatória, as críticas não demoraram muito a correr na imprensa germânica. Um dos apontamentos deveu-se à “revolução” implementada pelo jovem treinador, que deixou de fora nomes como Hummels, Süle, Goretzka ou Werner em detrimento de elementos com menos experiência, como os campeões Tah, Andrich e Wirtz.

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Outra das críticas assolou a baliza alemã. Como não podia deixar de ser Neuer e Ter Stegen foram escolhidos, com Baumann a cimentar-se como terceira escolha. Contudo, a partir desse momento ficou claro que o guarda-redes do Bayern era o número um e o titular absoluto, algo que não caiu bem em parte dos adeptos e… em Ter Stegen, que assumiu que o estatuto de suplente “não é uma situação agradável”.

Muito provavelmente a disputar o último Campeonato da Europa da sua carreira, a titularidade podia ser um mero “prémio” para aquele que é o principal guarda-redes da Alemanha desde o início da década passada. Ganhar o título em casa é o grande objetivo, mas Neuer precisou apenas de três jogos para demonstrar que os 38 anos não passam de um número no cartão de cidadão.

É certo que sofreu dois golos ao longo da fase de grupos e apenas frente à Hungria conseguiu a tão procurada clean sheet, mas Neuer somou cinco defesas, parte delas em lances de um para um e com voos sublimes ao alcance de poucos. Para lá desses números, continua a revelar-se como um dos melhores líberos do futebol moderno. Ao todo, segundo os dados da UEFA, o guarda-redes falhou apenas oito passes em três jogos e, se olharmos para os passes para a esquerda e direita, tem uma eficácia total: 20 em 20 e 18 em 18, respetivamente.

Recuando a janeiro de 2023, era praticamente impensável ver Neuer no cenário atual. Depois de ter estado na desilusão alemã no Qatar, o guarda-redes foi de férias para a neve e partiu a perna direita a esquiar, falhando o resto da temporada. Perante a ausência do líder, o Bayern contratou Yann Sommer para a baliza e despediu Toni Tapalovic, treinador de guarda-redes que trabalhava com o guarda-redes há vários anos. Essa ação levou Neuer a criticar publicamente o clube.

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Já está época, Neuer voltou aos jogos no final de outubro, diante do Darmstadt, e nunca mais deixou a baliza dos bávaros e da seleção alemão. As duas decisões foram questionadas pelo momento de forma de Sommer e Ter Stegen, mas Thomas Tuchel e Julian Nagelsmann mostraram-se intrasigentes. De tal forma que, na Alemanha, a Muralha Alemã tornou-se no guarda-redes com mais jogos em Europeus (18), batendo Buffon (17), Van der Sar (16) e Rui Patrício (16).