A gestora Domitília dos Santos considerou esta terça-feira que a Inteligência Artificial (IA) deve ser vista como “uma ferramenta que pode complementar as capacidades humanas” e não como um substituto, devendo ser usada para potenciar a criatividade e colaboração humana.
“Num mundo onde a Inteligência Artificial está a tornar-se cada vez mais prevalente, o foco nas pessoas como o nosso ativo mais importante é crucial”, afirmou a gestora.
Domitília dos Santos, que discursava na cerimónia de abertura da 17.ª edição do QSP Summit, defendeu que apesar do potencial de “transformar drasticamente o local de trabalho”, a Inteligência Artificial “não pode substituir a criatividade, inovação e empatia humana”.
“Devemos ver a Inteligência Artificial como uma ferramenta que pode complementar as capacidades humanas, não como um substituto”, observou, considerando que as organizações que conseguirem integrar IA e manter o foco nas pessoas serão “as mais bem-sucedidas”.
Para alcançar esse sucesso, a gestora afirmou ser necessária uma “abordagem equilibrada”, devendo as organizações usar a tecnologia para potenciar a criatividade e a colaboração humana, mas não para a substituir.
Domitília dos Santos destacou igualmente a necessidade de se discutir a competição versus colaboração, defendendo que a competição pode incentivar a inovação, mas a colaboração permite “alcançar objetivos que seriam impossíveis de alcançar sozinhos”.
“Durante muito tempo, competição foi vista como a principal força motriz de sucesso empresarial, no entanto, no mundo interconectado a colaboração está a emergir como uma abordagem igualmente ou até mais eficaz”, referiu a diretora-executiva e diretora de gestão de portfólio da Morgan Stanley.
Sob o tema Rethinking Organizations, esta edição da QSP Summit conta com a participação de mais de 3.500 participantes de 30 países e de mais de 100 oradores.
Na cerimónia que decorreu no Rivoli, no Porto, e que antecede os dois dias do evento (quarta e quinta-feira) que terá lugar na Exponor, em Matosinhos, Domitília dos Santos refletiu sobre a vida das organizações e do próprio ser humano, comparando-a a “uma selva e um rio”.
“Nesta selva onde nascemos, a chave para o sucesso está na nossa capacidade de adaptar e inovar, de valorizar e apoiar as nossas equipas e de estar sempre atento às mudanças demográficas e tecnológicas. A educação é a base que prepara o terreno, mas é a nossa visão que determinam o quão longe podemos ir”, observou.
Numa reflexão detalhada da vida das organizações, a gestora alertou para o facto de “a selva não ser apenas um lugar de desafios, mas também um terreno fértil para oportunidades”, onde o fator humano é “a espinha dorsal”.
“No coração desta selva devemos sempre lembrar que o fator humano é o mais importante, os colaboradores são a espinha dorsal”, referiu, destacando ainda outras características que considerou essenciais à vida de qualquer organização, como a gratidão, a responsabilidade, integridade, justiça e dignidade.