A Áustria está a ser a verdadeira equipa-revelação do Euro 2024. No Grupo D, perdeu com França pela margem mínima, venceu a Polónia e voltou a vencer os Países Baixos, carimbando o primeiro lugar e o apuramento para os oitavos de final enquanto cabeça-de-série. Ralf Rangnick é o selecionador, David Alaba está lesionado mas continua a liderar a partir do balneário e Marcel Sabitzer é a grande figura. Pelo meio, Florian Grillitsch tem sido um autêntico maestro.

O médio do Hoffenheim foi titular nos três jogos da fase de grupos é um dos indiscutíveis para Ralf Rangnick, tendo a presença no onze inicial praticamente assegurada no jogo desta terça-feira, contra a Turquia, em Leipzig. Nascido em Neunkirchen, na fronteira da Áustria com a Hungria, cumpriu parte da formação no St. Pölten antes de ser recrutado pelo Werder Bremen com apenas 16 anos, mudando-se para a Alemanha ainda adolescente.

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Estreou-se pela equipa principal em 2015, fez mais de 50 jogos em duas temporadas e mudou-se para o Hoffenheim, onde se estabeleceu como titular indiscutível. As boas prestações valeram-lhe a ida para o Ajax no verão de 2022, mas o mau momento dos neerlandeses não lhe permitiu mostrar tudo o que vale e participou em apenas 18 partidas ao longo da época, acabando por regressar ao Hoffenheim um ano depois.

Em entrevista ao jornal El Mundo, entre elogios a David Alaba, Florian Grillitsch explicou a boa prestação da Áustria no Euro 2024. “Acho que temos jogado muito bem desde a qualificação, melhorámos muito desde a chegada do Ralf. No passado também tivemos bons resultados, mas agora estamos a mostrar um futebol realmente bom. Infelizmente, tivemos algumas lesões, como a do David, que é o nosso melhor jogador, mas não temos nada a perder. Não somos favoritos, mas também não temos de nos esconder”, disse o médio de 28 anos.

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A jogar na Alemanha desde muito novo, o internacional austríaco tem noção de que o futebol alemão e a Bundesliga facilitam a progressão dos jovens jogadores. “Acho que os jovens têm a oportunidade de jogar, de se mostrarem e de dar o salto. Aconteceu com o Haaland, com o Bellingham, o próximo será o Wirtz. Existem boas infraestruturas, bons campos, bons estádios… Pode ser um grande trampolim para ir para grandes equipas, o mais importante é o quanto acreditam nos jovens. No caso do Hoffenheim, o Max Beier marcou muitos golos na sua primeira temporada e agora está a ser seguido por clubes maiores. Se é es um jovem jogador, a liga é ótima para te mostrares”, sublinhou.

Fã de Rivaldo e Ronaldinho, tem na La Liga o seu campeonato favorito e explica que ficou impressionado com Jude Bellingham quando o enfrentou, enquanto o inglês ainda estava no Borussia Dortmund, sendo que tinha apenas 17 anos. “Era um líder, como se tivesse 30 anos ou algo do género. Uma loucura. Toma as decisões certas, como se já tivesse muita experiência. Foi realmente impressionante. Era uma questão de tempo até saltar para um grande clube”, atirou.

“Como sempre disse, o Real Madrid é e será o meu último clube.” Toni Kroos termina a carreira depois do Euro 2024

Por fim, e apesar da paixão pelos brasileiros, Florian Grillitsch não esconde que o jogador ainda no ativo que mais o impressiona é Toni Kroos. “Leva 15 anos ao mais alto nível, não fez um jogo mau em 15 anos, é incrível. Talvez não se veja o quão importante é para a equipa, mas quando percebes alguma coisa do futebol entendes o que faz. O equilíbrio que dá, a capacidade que tem para dar velocidade ao jogo ou para o travar… Tudo isso é crucial, o que vês e o que não vês”, terminou, revelando que encarou como um “choque” a decisão do alemão de terminar a carreira depois do Campeonato da Europa.