Depois de deixar um rasto de destruição nas Caraíbas e causar pelo menos onze vítimas mortais, o furacão Beryl baixou para a categoria 2 e fez caminho até à Península de Iucatã, no nordeste mexicano. Começou por atingir o município de Tulum esta sexta-feira, derrubando árvores ao longo do seu trajeto, sem contudo provocar mortos nem feridos, e acabando por baixar para uma tempestade tropical.

É a primeira vez que um furacão do Atlântico é registado tão cedo e sobe de categoria 1 para uma tempestade de categoria 4 em menos de 10 horas fora de setembro. É a segunda vez que a categoria 5 é atingida no mês de julho — o furacão Emily já o tinha feito em 2005, segundo o Centro Nacional de Furacões.

Furacão Beryl atingiu categoria de “potencialmente catastrófico” e aproxima-se da Jamaica após devastar Granada, nas Caraíbas

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Nos últimos dias, o furacão, causou a morte a onze pessoas nas Caraíbas. Danificou 90% das casas em São Vicente e Granadinas (onde morreram três pessoas), e destruiu partes de casas e edifícios em Granada (onde morreram outras três), como avança a Associated Press. Depois de matar três pessoas na Venezuela em inundações e deslizamentos de terra o cenário repetiu-se na Jamaica onde duas pessoas morreram e milhares ficaram sem eletricidade na quinta-feira, antes de passar pelas Ilhas Caimão onde chuvas fortes e ventos se fizeram sentir.

Após destruição na Jamaica, furacão Beryl deve chegar ao Texas no domingo

Em preparação para a chegada do Beryl o governo mexicano emitiu um alerta para a ocorrência de chuvas torrenciais de 150-250 mm, rajadas de vento de 175-225 km/h, e elevada agitação marinha, antecipando que as ondas pudessem atingir entre 4 a 6 metros.

Na esperança de não se repetir a tragédia de outubro de 2023 na passagem do furacão Otis pelo México, onde morreram 45 pessoas e 47 ficaram feridas, as medidas de prevenção para a chegada de Beryl avançaram a bom ritmo. Na popular costa foram preparados abrigos, evacuadas localidades de pequenas comunidades costeiras e até foram retirados ovos de tartarugas marinhas das praias ameaçadas pela tempestade, como avança a Associated Press.

Os funcionários do governo mantiveram os frágeis ovos de tartaruga marinha cobertos de areia em frigoríficos enquanto os transferiam para locais mais seguros. Noutras áreas, utilizaram barreiras de sacos de areia para criar locais seguros para proteger os ninhos das tartarugas contra as fortes ondas previstas.

Na quinta-feira foram ainda destacados mais de 13.000 trabalhadores e membros das forças armadas do país, juntamente com cães de salvamento, como conta o The New York Times. Foram também instaladas cozinhas móveis e estações de tratamento de água em Quintana Roo, um estado do sul do México, virado para as Caraíbas, que poderá ser o primeiro a sentir o impacto da tempestade.

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Em antecipação, o Presidente mexicano, Andrés Manuel, aconselhou a população a refugiar-se: “Até ao momento, a trajetória do furacão Beryl de categoria 3 [agora 2] indica que entrará por Tulum, que é uma zona povoada perto do mar. Por conseguinte, é aconselhável deslocar-se para zonas mais altas, para abrigos ou para casa de familiares e amigos noutros locais. Não hesitemos, os bens materiais podem ser recuperados. O mais importante é a vida”.

Também Maurício Vila, governador do estado mexicano de Iucatã, convidou os habitantes a “manterem-se informados através dos canais oficiais e a tomarem todas as precauções necessárias”.

Do México o Beryl vai seguir caminho para os Estados Unidos. O Centro Nacional de Furacões norte-americano espera que a tempestade volte a ganhar força e a subir para a categoria de furacão nas águas quentes do Golfo, atingindo o sul do Texas no final do domingo ou na manhã de segunda-feira. Alguns condados do estado já emitiram ordens para a retirada voluntária dos cidadãos que residem em áreas baixas.

Texto editado por Dulce Neto