Depois de passar grande parte da última semana afastado das câmaras, o ex-Presidente Donald Trump participou numa ação de campanha na terça-feira à noite e destacou a incapacidade do atual líder norte-americano para continuar à frente da Casa Branca, relembrando a prestação no debate entre os dois.

“A nossa vitória foi tão absoluta que o próprio partido do Joe quer que ele lance a toalha ao chão e desista da presidência depois de uma prestação de 90 minutos”, afirmou Trump durante uma ação no seu resort de golfe em Doral, na Florida, perante uma multidão de apoiantes. “É uma pena a forma como o estão a tratar. Mas não se sintam mal por ele. É um tipo muito mau”, acrescentou.

Donald Trump aproveitou o momento para deixar dois desafios ao principal concorrente na corrida a Casa Branca. O primeiro para um novo debate, desta vez sem moderadores e que disse que daria a Joe Biden a “possibilidade de se redimir em frente a todo o mundo”. O segundo para um jogo de golfe de caridade onde vai discursar — no primeiro debate já tinham dedicado uma porção do tempo a discutir sobre quem era o melhor jogador.

Muitos ataques pessoais e até uma discussão sobre golfe. Debate com Trump deixa Democratas preocupados com capacidade de Biden

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Durante o discurso de terça-feira, Trump atirou várias acusações. Alegou que o filho de Biden, Hunter, está a “liderar” o governo norte-americano e que a primeira-dama, Jill Biden, o está a ajudar.

Também insistiu em vários argumentos sem apresentar provas, afirmando, por exemplo, que Biden aumentou o preço do bacon quatro vezes (“Já não comemos bacon!”) e que os norte-americanos foram “enganados” com os carros elétricos, porque tinham de parar os carros três horas para os recarregar depois de 45 minutos a conduzir. A propósito das fronteiras, disse que as pessoas a cruzar para os EUA são “terroristas sanguinários, membros de gangues selvagens, pedófilos” ou doentes que escaparam de instituições de saúde mental, que comparou à personagem de ficção e serial killer Hannibal Lecter.

A maior parte do tempo, porém, seria dedicada a ataques à vice-presidente de Biden. Kamala Harris tem sido apontada como uma possível substituta do atual líder norte-americano na corrida à Casa Branca, ainda que o próprio tenha afastado o cenário. Trump descreveu Harris como ineficaz e disse que o facto de ter sido escolhida para vice é a única coisa que mantém o Presidente em funções: “Se o Joe tivesse escolhido alguém minimamente competente como número 2 essa pessoa já o teria afastado há anos”.

O único tópico sobre o qual não se prolongaria foi o de quem vai escolher como candidato a vice-presidente na corrida à Casa Branca. A data para anunciar o parceiro está a acabar, mas Trump recusou-se a avançar nomes, deixando no ar a hipótese de convidar o senador da Florida Marco Rubio.