O português Marcos Freitas, 17.º do ranking mundial de ténis de mesa, ambiciona seguir em frente na competição de singulares dos Jogos Olímpicos Paris2024, embora reconheça que o adversário na primeira ronda lhe vá colocar dificuldades.
“Estou confiante. É um bom adversário e já integrou o top 30 mundial. Já perdi no passado uma vez com ele, ganhei várias vezes depois disso, mas vai ser certamente um jogo difícil, porque, para ele, é uma prova muito importante. Ele joga na Liga francesa, como eu, pelo que também conhece bem o meu jogo”, afirmou Marcos Freitas à Lusa, referindo-se ao dinamarquês Ander Lind, 62.º do mundo.
O quinto classificado no Rio2016 e nono em Tóquio2020 mostrou-se consciente da importância de entrar bem no torneio: “Se não entrar bem no primeiro jogo e perder, acabou, por isso, é fundamental entrar bem e ganhar confiança para os encontros seguintes“.
O mesatenista português disse estar bem, depois de a preparação antes dos Jogos Olímpicos ter corrido bem, estando agora a trabalhar “o máximo possível as mesas de jogo, a bola, o pavilhão”, enquanto revelava uma ligeira ansiedade por conhecer já o adversário, mas, à hora em que falou com a Lusa, ainda não saber em que dia e hora o iria defrontar (será na segunda-feira, às 13h00 de Paris, menos uma hora em Lisboa).
Por seu turno, Tiago Apolónia, 66.º do mundo, reconheceu ter tido um sorteio um pouco mais complicado, uma vez que vai ter pela frente o alemão Qiu Dang (11.º), com quem perdeu os cinco encontros de singulares anteriores.
“O sorteio não se pode controlar. Obviamente que podia ter sido um pouco melhor na teoria, mas estou a preparar-me para estar no meu melhor e, se conseguir estar ao meu melhor nível, mesmo contra o atual 11.º do mundo, poderei fazer um bom jogo e é nisso que estou focado: tentar fazer o meu melhor”, afirmou o jogador após a sessão de treinos que decorreu na Arena Paris Sul, palco dos torneios de ténis de mesa.
Tiago Apolónia disse que se sente bem e que está tudo a correr pelo melhor: “A preparação antes de chegarmos foi boa e estes últimos dias também correram bem, pelo que as sensações são boas em relação aos próximos dias”.
Os dois jogadores vão cumprir em Paris2024 os seus quintos Jogos, ficando apenas atrás do velejador João Rodrigues (sete) e do marchador João Vieira (seis) e juntando-se a um grupo de vários atletas com cinco: Fernanda Ribeiro, campeã olímpica dos 10.000 em Atlanta1996 e bronze em Sydney2000, o cavaleiro Henrique Calado, João Rebelo no tiro com armas de caça, Duarte Bello e Gustavo Lima na vela, Susana Feitor no atletismo, João Costa no tiro e a judoca Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016.
Apesar do feito, nenhum dos dois revelou estar a pensar numa sexta presença, preferindo ambos concentrar-se nos presentes Jogos. “Não penso ainda em voltar. Nunca tive como objetivo colecionar Jogos Olímpicos, apesar de já ter cinco. O meu objetivo sempre foi ser ambicioso o suficiente para lutar por um lugar muito bom. Nos últimos quatro Jogos, tenho dois quintos lugares, que me orgulham muito mais do que as cinco participações”, sublinhou.
Marcos Freitas realçou ainda o atual 17º posto mundial e o oitavo por equipas, que, na sua opinião, demonstram que as aspirações individuais e coletivas na comitiva portuguesa são muito altas.
Também Tiago Apolónia disse não ser este o momento para pensar já nuns sextos Jogos.
“Ainda não é a altura de pensar nisso. Sinto-me bem física e mentalmente, penso que cada vez me preparo melhor para estar bem. É necessário cada vez mais tomares conta do corpo e de tudo o que está inerente ao treino, ao jogo e à competição em si, mas não penso nisso ainda. Agora, é estar focado nestes Jogos e estar ao melhor nível possível”, concluiu.
As provas de singulares de ténis de mesa, que integram ainda Fu Yu e Jieni Shao no quadro de singulares femininos, disputam-se de sábado a 4 de agosto, um dia antes do arranque da competição por equipas, na qual Portugal está representado por uma equipa masculina, que termina em 09 de agosto.
Os Jogos Olímpicos Paris2024 começam na sexta-feira e terminam em 11 de agosto.
Vítor Rodrigues (texto) e Hugo Delgado (fotos)