Artur Soares Dias é o nome do momento no futebol português. Depois de anunciar o fim da sua carreira de árbitro profissional, o juiz de 45 anos arbitrou a final da Supertaça da Arábia Saudita, apareceu num vídeo junto de Pinto da Costa e Fernando Póvoas, conhecido adepto do FC Porto, e nas informações mais recentes que surgiram na opinião pública, constava na lista de árbitro do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para a nova época.
Em entrevista à Rádio Observador, o agora ex-árbitro explicou que a decisão de abandonar a arbitragem foi tomada “há cerca de um ano, após um planeamento e a definição de objetivos, que passavam por representar Portugal da melhor forma além fronteiras”, no Europeu e na final da Liga Conferência. “Achámos, entre família, que tinha chegado o momento de dar por terminada esta longa carreira”, revelou.
Relativamente ao futuro, Soares Dias não descartou uma candidatura à Liga Portugal, embora considere um “desrespeito pelo trabalho” que o “colega e amigo [Pedro Proença] está a realizar” fazê-lo no imediato. Para além disso, juntar a sua formação na área da gestão ao futebol é um dos seus desejos. “O momento é de falar da alegria que foi a minha carreira. Tenho muito orgulho no meu percurso desportivo e académico. Sou licenciado em gestão e, durante muitos anos, fui diretor de recursos humanos em multinacionais de referência do nosso tecido empresarial”, partilhou o árbitro da Associação de Futebol do Porto.
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“Tomei a decisão de abandonar momentaneamente essa carreira para representar Portugal da melhor forma. Em paralelo constituí várias empresas e tenho vários investimentos. Sou empresário, alguém que domina a gestão e que gosta muito dessa área de negócio. Não escondo que gosto muito da gestão e do futebol em particular”, acrescentou.
Quanto à polémica com Pinto da Costa, com quem esteve recentemente, Artur Soares Dias acredita que este episódio não lhe vai retirar oportunidades. “Ao dia de hoje existem várias oportunidades. Há muito mais para fazer para além da Liga. Não considero que um episódio tão curto, fugaz e descontextualizado possa afetar 30 anos de carreira e de forma de estar no futebol. As pessoas sabem quem sou, quais são os meus princípios, valores e ideais. Estou seguro que um episódio que foi descontextualizado não terá qualquer relevância”.
Por fim, o juiz explicou o porquê de ter constado na lista de árbitro do Conselho de Arbitragem para esta temporada. “Presumo que tenha sido uma questão de timings. A minha decisão foi feita atempadamente, escrita e comunicada de forma pensada. No final do Europeu comuniquei a decisão à UEFA, ao Roberto Rosetti [presidente do Comité de Arbitragem da UEFA]. Se apareci nos quadros, presumo que se deva a uma questão administrativa”.