O líder da Coreia do Norte acompanhou uma demonstração de novos drones explosivos, noticiou esta segunda-feira a imprensa estatal norte-coreana, num momento em que os exércitos do Sul e dos EUA conduzem exercícios militares.
De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, Kim Jong-un prometeu estimular o desenvolvimento destes drones, para aumentar a prontidão de guerra do exército da Coreia do Norte.
Fotos divulgadas pela KCNA mostraram um drone branco, com caudas e asas em forma de X, a colidir e alegadamente a destruir um alvo semelhante ao K-2, o principal carro de combate da Coreia do Sul, num teste que terá decorrido no sábado.
A maioria dos drones de combate distancia-se dos alvos e ataca com mísseis.
A KCNA disse que o teste envolveu vários tipos de drones desenhados para voar diferentes distâncias e atacar alvos inimigos em terra ou no mar. A agência referiu que os drones voaram ao longo de várias rotas antes de atingirem com precisão os alvos.
Kim disse que as tendências globais nas tecnologias militares e no combate moderno mostram a importância dos drones na guerra e que as forças armadas da Coreia do Norte deveriam ser equipadas com drones avançados “o mais cedo possível”.
O líder apelou ao desenvolvimento e produção acelerados de vários sistemas, incluindo drones explosivos para serem utilizados pelas unidades de infantaria e operações especiais, drones de reconhecimento e ataque multiusos e drones subaquáticos, disse a KCNA.
Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciaram na segunda-feira passada as manobras militares de verão, num momento marcado pelas más relações com o regime norte-coreano, que se aproximou militarmente da Rússia.
Os exercícios, denominados ‘Ulchi freedom shield’ (escudo da liberdade Ulchi), decorrem até quinta-feira e incluem um exercício de posto de comando, baseado em simulações informáticas, bem como manobras de fogo real no terreno e exercícios de defesa civil, segundo o Estado-Maior Conjunto sul-coreano.
As manobras assemelham-se em escala aos exercícios do ano passado, envolvendo cerca de 19 mil soldados sul-coreanos, embora incluam 48 exercícios de campo no total, contra 38 em 2023.
Os exercícios de defesa civil também vão simular este ano, pela primeira vez, um ataque nuclear norte-coreano, disse fonte militar à agência de notícias Yonhap.
As manobras surgem numa altura de relações transfronteiriças difíceis, especialmente desde que Kim Jong-un declarou, no início do ano, o Sul como “principal inimigo nacional”.
Pyongyang reforçou a cooperação militar com Moscovo no último ano e Kiev tem acusado a Coreia do Norte de fornecer enormes quantidades de armas à Rússia, incluindo mísseis usados em território ucraniano.