Onde ele entra, é para ganhar. No plano individual ou em termos coletivos, o segundo lugar continua a ser o primeiro dos últimos para Cristiano Ronaldo e essa vontade de ser melhor chegou agora a mundos fora dos relvados como os seguidores no Youtube, depois de ter alcançado 20 milhões em menos de 24 horas e tendo agora 55 milhões, ainda assim seis vezes menos do que o maior youtuber, o norte-americano MrBeast (313).

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“MrBeast? É o gajo que tenho de bater”, atirou na conferência de imprensa desta segunda-feira, a primeira do início da preparação de Portugal para a estreia numa nova edição da Liga das Nações frente à Croácia. “Falando mais a sério, isto foi para me aproximar dos meus fãs. Acho que merecem. Uma das coisas que mais gostei no Europeu foi ter tanta gente ao lado da Seleção e ao meu lado. É a minha forma de mostrar-lhes o carinho que têm tido por fim. Foram fiéis a mim nestes meus últimos anos de carreira… Os próximos cinco anos. Estou a brincar… Dois, três… Por aí, não sei. A questão dos subscritores e dos recordes… Há que relativizar mas quero. Sinto que os fãs estão mais contentes, mais próximos. Quando assim é, é com muito agrado que faço este tipo de coisas. Daqui a dois anos, se puder bater o MrBeast… Vamos ver”, referiu.

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Meio a brincar, meio a sério, Ronaldo vai dizendo “verdades”. E também já tinha sido assim na primeira grande entrevista no seu canal UR Ronaldo, com o antigo internacional e companheiro inglês Rio Ferdinand.

“Sinto-me bem, acho que continuo a ser bem parecido [risos]… Sinto que continuo a conseguir driblar, a rematar, a marcar golos, a saltar… No dia em que sentir que não estou a produzir nada, a dar nada, arrumo as minhas coisas e afasto-me mas neste momento ainda sinto que estou longe desse dia. Marquei 60 golos na última época mas as pessoas dizem ‘Ah mas nem cinco golos conseguiste marcar no Europeu’. E que tem? Qual é o problema? Já marquei 130. Sou o maior goleador da história do futebol. Mas vou levantar ainda mais a fasquia. Em breve, vou ter 900 golos. E depois disso vou chegar aos 1.000 golos. Quero chegar a essa marca. Que idade terei nessa altura? Talvez 41, não sei. Para mim, a melhor marca que posso ter neste momento é chegar aos 1.000 golos com uma diferença: existirão vídeos de todos”, referiu.

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Além de elevar uma fasquia que esteve sempre alta, Ronaldo aproveitava a oportunidade para deixar uma “farpa” a todos os que apresentam outros números em relação à contabilidade de golos oficiais. Entretanto, fazia o seu caminho com mais uma temporada a começar como se o tempo não passasse por si: quatro jogos, quatro golos (um em cada), duas assistências e a frustração que ficou bem expressa na final do Al Nassr com o Al Hilal por perder de novo a Supertaça. Agora chegava à Seleção de novo na liderança da equipa nacional depois de um Europeu “cortado” nos quartos pela França, podendo reforçar o estatuto de melhor marcador de sempre em seleções com o 900.º golo da carreira. E não desperdiçou a oportunidade, assinando o segundo golo da vitória de Portugal contra a Croácia ainda na primeira parte.

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Pela Seleção, o avançado de 39 anos conseguiu o 131.º golo em 213 compromissos oficiais que tiveram o seu início na fase final do Campeonato da Europa de 2024, organizado em Portugal. Por clubes, e sempre desde que subiu aos seniores na temporada de 2002/03 no Sporting, marcou cinco em 31 partidas pelos leões, 145 em 346 encontros pelo Manchester United nas duas passagens que teve por Old Trafford, 450 em apenas 438 jogos pelo Real, 101 em 134 partidas pela Juventus e 68 em 74 jogos pelo Al Nassr.

“O golo 900 representa muito. Queria chegar há bastante tempo. Sabia que ia chegar… Como continuo a jogar… Há que frisar o excelente jogo de futebol de ambas as equipas. Portugal esteve bastante bem. Soubemos sofrer. Fomos justos vencedores. Foi um excelente jogo. Falta do siiiii na celebração? Foi emoção. Parece uma marca qualquer mas só eu sei o quão difícil é trabalhar diariamente para fazer o golo 900. É uma marca única na minha carreira”, comentou no final da partida à RTP3. “O que falta ganhar ainda na carreira? Portugal ganhar um Europeu equivale a um Mundial. Já ganhei dois troféus por Portugal que queria muito. Não me motivo por isso. Motivo-me por desfrutar do futebol e os recordes aparecem de um forma natural. Eu não bato recordes, eles é que me perseguem. Nunca vou ser youtuber. Vou estar ali de vez em quando…”, acrescentou ainda o capitão da Seleção após o triunfo na Luz frente à Croácia.