Melhor forma de sarar as feridas do fim de semana era complicado. Depois de mais uma corrida frustrante de Miguel Oliveira em Aragão, caindo no início da corrida depois de um quinto lugar na sprint (segunda melhor prova a um sábado) que abria melhores perspetivas para a corrida onde nunca fizera um top 10 no MotoGP, o português foi apresentado oficialmente como reforço da nova Pramac na Yamaha, preenchendo uma das duas vagas ainda aberto para o Mundial de 2025. Funcionava quase como confirmação de algo que todos já tinham percebido, não deixava de ser um bálsamo para mais uma deceção que impediu a aproximação ao top 10 da classificação de Álex Márquez, vendo ainda Franco Morbidelli e Marco Bezzecchi fazerem bons pontos. Seguia-se São Marino, com necessidade de marcar posição numa pista onde foi sexto em 2023.

“Estamos realmente a precisar de um bom resultado. É algo que necessitamos neste momento mas está ao nosso alcance. No ano passado conseguimos ser competitivos nesta pista e estamos esperançados de que podemos encontrar essa boa velocidade logo a partir dos treinos livres”, comentara o português antes do início do fim de semana onde teria mais olhos atentos depois da apresentação oficial como piloto da Pramac.

“É um grande privilégio para mim representar uma marca tão icónica no nosso desporto como a Yamaha. Ao longo dos meus anos de progressão e chegada ao MotoGP, sempre olhei para as motas azuis com grande entusiasmo. É uma realidade e quero agradecer à Yamaha Motor Company pelo compromisso comigo numa fase de transição tão importante do projeto. O senhor Lin Jarvis foi uma figura chave no início das discussões e na concretização deste projeto. Acredito que posso ser útil neste período de transição para trazer a mota de volta ao topo. Quero também agradecer ao senhor Campinoti, ao Gino Borsoi e a toda a equipa da Pramac por embarcarem juntos nesta viagem. Não posso estar mais feliz e mais entusiasmado por começar este novo capítulo”, referiu Miguel Oliveira no momento da apresentação como piloto da Pramac.

Apesar desse fator extra de motivação, a entrada no circuito internacional Marco Simoncelli em Misano (que terá depois o Grande Prémio da Emília-Romanha daqui a duas semanas) não foi a melhor, com o português a terminar no 22.º e último lugar a mais de 1,5 segundos de Jorge Martín e a mais de 0,8 segundos de Pedro Acosta, que foi o décimo mais rápido esta manhã. Sem grande margem em termos de tempo, Miguel Oliveira teria de encontrar uma fórmula para ser mais competitivo à tarde, num cenário onde a entrada direta na Q2 como aconteceu na semana passada em Aragão estava difícil, até porque o companheiros Raúl Fernández não estava muito acima e a melhor Aprilia de fábrica, de Aleix Espargaró, não foi além do sexto registo.

Mesmo com uma ligeira melhoria à tarde, o Falcão não conseguia rodar acima do 15.º lugar entre todos os tempos, entrando nos dez minutos finais de ataque ao cronómetro em 17.º. O cinzento do primeiro setor foi passando para laranja nas contagens seguintes, a melhoria do registo com a primeira volta abaixo de 1.32 não permitia melhor do que a 15.ª posição antes da última saída das boxes sempre com aquele risco de haver uma queda que levasse a bandeiras amarelas que anulassem os últimos registos. De 1.32,117 passou para 1.31,956, de 1.31,956 foi para 1.31,730, de 1.31,730 fez um compasso de espera devido à queda de Aleix Espargaró e não mais conseguiu melhorar, terminando com o 14.º tempo que o leva para a Q1 na manhã deste sábado.

Pecco Bagnaia acabou com o melhor tempo da sessão, à frente de Marc Márquez e Jorge Martín, trio que vai ficando cada vez mais destacado numa perspetiva de corrida no domingo. Entraram também de forma direta na Q2 Franco Morbidelli, Enea Bastianini, Pedro Acosta, Marco Bezecchi, Maverick Viñales, Fabio Quartararo e Jack Miller, com Brad Binder a cair nos últimos segundos para a Q1 e a Aprilia a ter apenas um representante direto na segunda qualificação depois de ter feito o pleno na última prova em Aragão.

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