Pelo menos 17 alunos morreram num incêndio que deflagrou numa escola no centro do Quénia durante a noite de quinta-feira. De acordo com as autoridades locais, citadas pela BBC, mais de uma dezena de alunos estão no hospital com queimaduras graves.
A causa do incêndio na escola primária Hillside Endarasha, em Nyeri, ainda está a ser investigada. A Cruz Vermelha do Quénia anunciou que iria disponibilizar apoio psicológico aos alunos, professores e famílias afetadas. A escola interna alberga cerca de 800 alunos, entre os 5 e os 12 anos.
Following the tragic fire incident at Hillside Endarasha Academy in Nyeri, the Kenya Red Cross, alongside a multi-agency response team, has been on the ground responding.
Eleven children have been taken to Nyeri Provincial General Hospital.
The scene is currently cordoned off…
— Kenya Red Cross (@KenyaRedCross) September 6, 2024
O Presidente do Quénia, William Ruto, reagiu na rede social X, caracterizando o sucedido como “horrível” e “devastador”. O chefe de estado acrescentou que os responsáveis pelo incêndio serão devidamente castigados.
Our thoughts are with the families of the children who have lost their lives in the fire tragedy at the Hillside Endarasha Academy in Nyeri County.
This is devastating news.
We pray for speedy recovery to the survivors.
I instruct relevant authorities to thoroughly investigate…
— William Samoei Ruto, PhD (@WilliamsRuto) September 6, 2024
Em declarações à AFP, a porta-voz da polícia, Resila Onyango, revelou que os corpos foram recuperados, mas que ficaram num estado “irreconhecível”. Adiantou ainda que esperam encontrar mais vítimas à medida que investigam o local.
Incêndios em colégios quenianos são relativamente comuns. Em 2021, entre janeiro e novembro, o ministério da Educação registou 126 ocorrências a nível nacional, o que resultou na detenção de 302 estudantes. Desses, 41 apareceram em tribunal, acusados de fogo posto e destruição de património.
No comunicado do Ministério, referido pela BBC, listavam possíveis razões para esta “epidemia” de fogos em escolas. Entre elas: sobrelotação, más relações entre professores e alunos, drogas e um acompanhamento inadequado dentro das escolas. Acrescentaram ainda que as culpas não eram inteiramente das instituições de ensino, mas que os pais também protegiam demasiado os filhos quando estes eram acusados de mau comportamento, limitando os castigos dados pelos professores.
Em 2017, 10 alunas morreram de forma semelhante na secundária Moi Girls High School, na capital Nairobi, onde a culpada, na altura de 14 anos, foi condenada a cinco anos de prisão quando atingiu a maioridade. O maior caso, no entanto, foi há mais de 20 anos, quando 67 estudantes foram vítimas do fogo no sudeste da capital, em Machakos.