No dia em que os cinco reclusos fugiram da cadeia de Vale de Judeus, no passado sábado, estava apenas um guarda prisional na sala destinada à observação das câmaras. Depois da fuga, as regras começaram a mudar e esta quarta-feira foi determinado pelos serviços prisionais o destacamento de dois guardas em permanência para a visualização das câmaras de segurança, avançou ao Observador Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. E o guarda prisional que estava de serviço no momento da fuga será ouvido pela Polícia Judiciária esta sexta-feira.

“Nunca estiveram dois guardas nesta sala, apesar de já termos alertado para isso muitas vezes”, explicou o dirigente sindical. Até esta quarta-feira, a responsabilidade da sala de vigilância das câmaras estava atribuída apenas a um guarda prisional. E esta foi uma questão muito criticada, sobretudo porque existem mais de 150 câmaras espalhadas pela cadeia de Vale de Judeus, transmitidas em dois ecrãs.

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Estas câmaras filmaram a fuga dos portugueses Fernando Ferreira e Fábio Loureiro, o argentino Rodolf Lohrmann, o inglês Mark Roscaleer e o georgiano Shergili Farjiani, mas o guarda prisional que estava de serviço nessa sala no passado sábado não terá dado conta de que os cinco presos estavam a saltar os dois muros. Ainda não são conhecidos os detalhes daquilo que terá acontecido nesta sala — se o guarda estava mais atento, por exemplo, às imagens da sala das visitas, ou se tinha, por algum motivo, saído da sala.

Apesar de já ter sido ouvido a propósito da auditoria interna determinada pelo Ministério da Justiça, este guarda prisional vai prestar esta sexta-feira esclarecimentos à Polícia Judiciária, que tem estado a interrogar todos os guardas prisionais que estavam de serviço no dia da fuga.

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