Centenas de ativistas defensores do clima bloquearam este sábado uma autoestrada, para exigir o fim dos milhares de milhões de euros de subsídios que os Países Baixos dão aos combustíveis fósseis.

A manifestação, organizada pelo grupo Extinction Rebellion (XR), coincidiu com uma greve da polícia por causa das pensões. Alguns polícias em bicicletas vigiavam a manifestação para atuar em caso de emergência, mas não chegaram a intervir para a dispersar.

Numa tarde soalheira de início de outono, as manifestações atraíram uma multidão pacífica, alguns dos ativistas montaram tendas no passeio e jogaram às cartas sentados na estrada.

Os participantes ergueram cartazes com mensagens: “Fechem as torneiras do dinheiro aos combustíveis fósseis”, “As pessoas e o clima antes dos lucros” e “Se podemos destruir o mundo, também o podemos salvar”.

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Os ativistas transmitiram discursos, ‘slogans’ e música, incluindo “The Final Countdown” da banda de rock sueca Europe.

Os manifestantes pintaram os logótipos XR e a mensagem “acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis” na autoestrada, enquanto um grupo de idosos, vestidos com ‘t-shirts’ onde se lia “avós pelo clima”, distribuía panfletos.

“É essencial que continuemos a levantar a nossa voz, porque esta é uma causa muito importante”, disse à agência France-Presse Isabelle, uma sindicalista de 25 anos que não quis revelar o seu apelido.

A jovem acrescentou que se vive “uma atmosfera incrivelmente boa”. “As pessoas estão a divertir-se. Estamos a cantar e a dançar. Estamos a divertir-nos imenso a lutar pela nossa causa”, constatou.

Muitos ativistas organizaram uma marcha de uma semana a partir de Arnhem, no leste dos Países Baixos, que culminou com a manifestação na autoestrada 12 que serve Haia.

O grupo XR disse que alguns planeavam aproveitar a ausência da polícia para passar a noite nos túneis das autoestradas.

“Continuaremos a regressar até que os subsídios sejam removidos”, disse o porta-voz do XR, Rozemarijn van’t Einde, acrescentando que os subsídios ascenderam entre 39,7 mil milhões e 46,4 mil milhões de euros por ano.

O grupo XR tem regularmente como alvo a autoestrada A12, onde a polícia prende frequentemente centenas de manifestantes.

“Este bloqueio será o mais perturbador em comparação com o primeiro de 06 de julho de 2022, porque a gravidade climática e ecológica justificam tais incómodos”, acrescentou o grupo.

O ministro da Justiça, David van Weel, disse que a polícia “age sempre em caso de emergência, mesmo durante as paralisações de trabalho”.

Acrescentou que era “um pouco irónico” que os manifestantes instassem as autoridades a garantir a sua segurança, ao mesmo tempo que denunciavam aquilo a que apelidaram de policiamento autoritário.