O BE e o PCP defenderam esta quinta-feira o alargamento do reconhecimento de profissão de desgaste rápido a trabalhadores de indústrias como a metalúrgica ou a química, sublinhando as dificuldades dos trabalhos por turnos.

Estas posições foram assumidas pelo deputado bloquista, José Soeiro, e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, à margem de uma concentração promovida pela Fiequimetal – Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas – à frente da Assembleia da República, em Lisboa.

José Soeiro defendeu que é preciso reconhecer o desgaste de trabalhadores que trabalham “por turnos, em contraluz, com horários desencontrados” e disse que “hoje a lei do trabalho não reconhece esses desgaste e obriga as pessoas a trabalhar até ao limite das suas forças”.

“É preciso reconhecer esse desgaste, garantir o acesso a uma reforma antecipada. Conseguimos fazer isso, por exemplo, com os trabalhadores das pedreiras, há uns anos, aqui no parlamento, mas há muito mais trabalhadores que têm condições desgastantes, seja na indústria, mas também noutros setores, e precisam de ser reconhecidos”, disse o deputado bloquista.

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O Bloco de Esquerda vai insistir no “reconhecimento dos 800 mil trabalhadores por turnos” como profissionais que ocupam posições de desgaste rápido, reconhecendo que “tem sido difícil” reunir apoios parlamentares suficientes para fazer avançar esta proposta.

Paulo Raimundo, pelo PCP, sublinhou os “ritmos brutais e intensidade brutal do trabalho” dos profissionais das indústrias representadas pela Fiequimetal, pedindo uma valorização dos salários e o acesso antecipado à reforma destes profissionais, dado o desgaste dos seus trabalhos.

“Só que quem nunca trabalhou por turnos, quem nunca teve essa intensidade de trabalho, estes ritmos de trabalho, é que acha que isto é uma questão leviana. Não é. Destrói o corpo, destrói a mente, e é preciso salvaguardar esta gente”, concluiu.

A Fiequimetal protestou esta quinta-feira, em Lisboa, tendo em vista ver reconhecidas várias profissões na indústria como sendo de desgaste rápido.

O desfile começou pelas 11h00 na Praça Luís de Camões, em Lisboa, e o destino final foi o palácio de São Bento, “para entregar na Assembleia da República uma petição com mais de 13 mil assinaturas, reclamando compensações no acesso à reforma”, indica a federação de trabalhadores da indústria, na sua página na internet.

Em causa estão “trabalhadores que executam tarefas associadas a trabalho monótono, repetitivo, com elevada cadência, com exposição a agentes químicos perigosos, em horários por turnos, no período noturno ou em laboração contínua”, aponta ainda a Fiequimetal.

A Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal) promoveu uma petição para que o parlamento promova alterações legislativas, de modo a que sejam reconhecidas várias profissões na indústria como sendo de desgaste rápido.