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As Forças de Defesa de Israel relataram esta terça-feira a morte de Ibrahim Qubaisi, o comandante da divisão de mísseis e rockets do Hezbollah. Qubaisi era o alvo de um ataque aéreo do exército israelita em Dahieh, um subúrbio sul de Beirute, que matou seis pessoas, segundo os números do Ministério da Saúde libanês.

O ataque israelita atingiu um apartamento onde a divisão de mísseis e rockets do grupo xiita libanês estava reunido. Para além de Qubaisi, foram mortos outros comandantes desta unidade, afirmaram as IDF num comunicado citado pelo Times of Israel. “Ao longo dos anos e durante a guerra, ele foi responsável pelos lançamentos contra o território israelita. Qubaisi era uma fonte de conhecimento central no campo dos mísseis e era próximo da liderança do Hezbollah”, pode ler-se no mesmo documento.

Segundo informações adiantadas por Israel, Qubaisi juntou-se ao grupo libanês na década de 1980 e também exerceu funções como líder sénior na divisão de operações e como responsável da divisão regional Badr. Telavive responsabiliza-o ainda pelo rapto e assassinato de três soldados israelitas em 2000. Os três sargentos das IDF foram raptados na área do Monte Dov na fronteira entre Israel e o Líbano e os seus corpos só foram devolvidos em 2004, durante uma troca de prisioneiros.

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O exército israelita não adiantou mais detalhes sobre os restantes militantes do Hezbollah que terão sido mortos no ataque aéreo. Da parte do grupo pró-Irão, ainda não há confirmações oficiais da morte de Qubaisi. Desde a passada sexta-feira, este é o terceiro ataque aéreo em Dahiya que visa alguns dos líderes sénior do Hezbollah.

Um ataque de sexta-feira matou Ibrahim Aqil e outros 14 membros da tropa de elite Radwan. Porém, no total, 52 pessoas foram mortas neste ataque, segundo números do Ministério da Saúde libanês. Na segunda-feira, as IDF atacaram dezenas de localizações do Hezbollah, tendo como alvo o comandante libanês Ali Karaki. Contudo, o grupo alinhado com o Irão afirmou que Karaki “está bem, de boa saúde e foi levado para um lugar seguro”. Ao todo, 558 pessoas morreram e mais de 1800 ficaram feridas nestes ataques, o dia mais mortífero dos últimos 20 anos de conflito entre Israel e o Hezbollah.

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O ataque desta terça-feira visou um apartamento no último piso de um prédio residencial no sul de Beirute. A repórter da Al Jazeera no local relatou que os três andares do edifício ficaram completamente destruídos e que as equipas de resgate e emergência que se deslocaram ao local se depararam como um “cenário de pânico e caos”. Depois das buscas nos destroços, o Ministério da Saúde libanês relatou seis mortos e pelo menos 15 feridos.

Perante as mais de 600 mortes civis em apenas três dias de ataques, as IDF confirmaram que os ataques contra alvos do Hezbollah vão continuar, acrescentando que o objetivo é proteger os civis israelitas, destruir as capacidades militares e infraestruturas do grupo libanês e mudar o panorama securitário na fronteira. O exército adiantou ainda que atingiu mais 1500 alvos, em 200 áreas do Líbano, incluindo casas privadas que funcionavam como armazenamento de munições, 400 lançadores de mísseis, 70 depósitos de armas e 80 drones e mísseis cruzeiro.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu que os ataques israelitas não têm alvos civis, apelando aos cidadãos libaneses que “saiam do caminho”, uma vez que “a guerra de Israel não é convosco, é com o Hezbollah”. Os ataques, mais intensos no sul do país, junto à fronteira, forçaram milhares de libaneses a fugir para o norte do país.

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